A outra face do ditador
( - artigo da revista Aventuras na História - )
Poucos personagens da
história foram mais perversos que o georgiano Josef Stalin, líder da União Soviética
por 30 anos. De 1922 até sua morte, em 1953.
Ele sempre aparece em companhia de gente como Mao-se-Tung, Gêngis Khan, Átilla, o Huno, e assemelhados. Não por acaso, um de seus ídolos era Ivan,
o Terrível (*), um czar que fez valer o epíteto.
Na conta das atrocidades de Stalin está a grande fome dos
anos 30, quando os bolcheviques conduziram a coletivização forçada da agricultura
e perseguiram os pequenos proprietários, os Kulaks.
Há vários testemunhos de canibalismo na Ucrânia e nos Urais durante
o período que causou a morte de milhões de pessoas por inanição. Os famosos Processos de Moscou purgaram o Partido
Comunista e as Forças Armadas soviéticas: milhares foram mortos depois de submetidos
à tortura, inclusive antigos amigos e aliados de Stalin. Nenhum país teve mais vítimas na Segunda Guerra
que a URSS: 24 milhões de pessoas. Basta
comparar com as baixas britânicas (400 mil) ou norte-americanas (300 mil) para notar
que os soldados soviéticos foram usados como bucha de canhão.
Nos últimos anos, porém, vem ocorrendo um movimento revisionista
sobre o papel histórico de Stalin. Há russos
para quem a cidade de Volgogrado deveria voltar a se chamar Stalingrado – a cidade
homenageava o ditador que ali derrotou o
exército contrarrevolucionário durante a Guerra Civil em l920 e foi palco de uma
das mais ferozes batalhas da Segunda Guerra.
Entre os méritos do ditador estaria a industrialização da URSS,
então um país de economia feudal, em menos de uma geração. E também a resistência e a vitória sobre os nazistas,
o início do conceito de planejamento econômico e das primeiras noções de macroeconomia
(vindas de seus famosos Planos Quinquenais) e os primeiros passos na conquista do
espaço. AVENTURAS NA HISTÓRIA foi investigar
o que move o movimento de restauração da imagem de Stalin com ajuda da repórter
Marina Darmaros, em Moscou.
Acima a apresentação do artigo colocado na página 28, uma página mais adiante na revista sob o título: STALIN, LADO B : O ditador que matou milhões de pessoas de fome, traiu companheiros e usou seu povo como bucha de canhão... ainda tem fãs na Rússia, para quem ele foi responsável pela modernização do país e pela vitória sobre Hitler.
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Segundo as alegações do ex-presidente petista, ele teria se inspirado nas piores figuras que constam da nossa triste hitória porque eles estariam ao lado dos menos favorecidos . Mais um motivo para ficarmos sempre ao lado dos mais favorecidos.