Este espaço é desaconselhável a menores de 21 anos,
porque a história de nossos políticos
pode causar deficiência moral irreversível.

É a vida de quengas disfarçadas de homens públicos; oportunistas que se aproveitam de tudo e roubam sem punição. Uma gente miúda com pose de autoridade respeitável, que engana o povo e dele debocha; vende a consciência e o respeito por si próprios em troca de dinheiro sujo. A maioria só não vende o corpo porque este, além de apodrecido, tem mais de trinta anos... não de idade, mas de vida pública.


quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Michel Temer, vice-presidente da candidata do PT


No artigo abaixo, Alberto Dines faz comentários sobre Michel Temer, o vice-presidente da candidata do PT à presidência da República.  (21/4/2009)



Jornalista,  professor de jornalismo, escritor,
responsável pela criação e direção de jornais e revistas.
Driblou, durante anos,  a ditadura à frente do Jornal
do Brasil e foi demitido por publicar um artigo
que contrariava a direção do jornal.


Temer, impoluto e desmemoriado
- artigo na íntegra -

A biografia oficial de Michel Temer não registra o que fazia em 1964, mas um político com este currículo não tem o direito de ignorar o que se passou no Brasil naquele ano nem, muito menos, fazer a seguinte declaração nas “Páginas Amarelas” de Veja (edição 2109, com data de capa de 22/4, páginas 17-21):

“O Legislativo só é enaltecido quando o país está saindo de um regime autoritário. Na história brasileira sempre foi assim. Em 1964, o Congresso estava com sua imagem no chão, o que deu no regime militar, instaurado com o aplauso da maior parte da população.”

Em 1964, o Congresso não estava desmoralizado nem o golpe militar foi desferido em função do que lá se passava. A oposição a João Goulart e sua base de apoio eram compostas por parlamentares da melhor qualidade. Os debates na Câmara – embora sem o brilho de legislaturas anteriores – eram seguidos com grande interesse pelos jornais e seus leitores. Os repórteres cobriam o plenário, lá estava o centro nervoso do país.

Em nenhum momento, antes, durante ou em seguida ao 1º de abril de 1964 registrou-se qualquer manifestação contra a atuação do Legislativo – os militares queriam derrubar Jango. O Congresso foi preservado e as cassações que se seguiram não o deslustram, ao contrário, só comprovam a coragem e o desprendimento daqueles que se rebelaram contra a ilegalidade.


Detalhe esquecido

Na frase seguinte o “historiador” Michel Temer ainda ousa dizer que “o Legislativo praticamente não existiu até 1982″. Tremenda burrada: o Legislativo resistiu bravamente, o Pacote de Abril (1977) não foi decretado para punir as bandalheiras de congressistas, mas para atalhar a sua capacidade de resistir ao arbítrio.

Essas absurdas “releituras” da nossa história política não são acidentais nem surtos de amnésia de um quase setentão. A estratégia adotada pela dupla Temer-Sarney pretende confundir o cidadão e mostrar que o Congresso sempre foi corrupto, inconfiável, por isso foi instaurada uma ditadura de 21 anos. Se não queremos repetir a dose – raciocinam eles – devemos deixar que os parlamentares avacalhem o país.

Conclui o impoluto Temer: “É preciso preservar a instituição dos erros de poucos.”

Na segunda-feira (20/4), dois dias depois da publicação da entrevista, o site Congresso em Foco revelava que o presidente da Câmara viajou a Porto Seguro, durante o recesso de janeiro de 2008, acompanhado de quatro familiares, todos com as passagens pagas pelo contribuinte. Esqueceu disso quando concedeu a entrevista.


Este é o vice-presidente da candidata PTista.


Michel Temer seria o oposto das 'intenções' petistas, lulistas, dilmistas... desde criancinha. Muito estranho que, agora, tenha sido convidado para a vice-presidência.  Tanto por seus ideiais - falsos ideais! - quanto por gula pelo poder.  Qual dos dois partiria, para cima do outro, primeiro?




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