Não fica triste, Lula. O povo te ama.
Quem te vaiou foi a classe média, não foi o povo.
Dá para entender a surpresa de Lula, ao ser vaiado. Segundo o IBOPE, metade dos brasileiros aprovam o seu governo. Porém o próprio IBOPE apresenta um dado que deve ser considerado como ressalva: os satisfeitos com o governo são pessoas de baixa renda e pouca escolaridade. Ou seja, são justamente os eleitores que elegem Maluf, logo após ter saído da cadeia, não vêem nada de mais na cena em que Lula beija as mãos de um Jader Barbalho, não entendem o significado do apoio de Lula a Renan Calheiros e outros salafrários. Quem acha bom o governo Lula é o pobre cidadão que não tem tratamento médico, mas se deixa enganar com discursos vazios e o palavrório presidencial ao dizer que a saúde no país está uma maravilha. Quem aprova Lula é o eleitor que troca seu voto por pequenas cestinhas de alimentos e ainda se considera bem atendido pelo Grande Pai.
Lula, o arrogante que se considera o deus salvador da nação brasileira, não compreendeu as vaias que lhe ofereceram no Maracanã. Além de gostar de esportes – disso o povo sabe - Lula, que adora distribuir o dinheiro público, investiu muito no Pan, o que seria mais um motivo para ser recebido com gritos de adoração e acenos acompanhados do choro comovido por uma platéia delirante com sua presença. Para satisfazer seu deslumbramento, já se cogitava a entrega de medalhas de ouro a desportistas brasileiros por Lula, como foi feito por Fidel (nem me lembrava mais disso!).
" Eu não merecia isso. Foi uma injustiça."
sniff, sniff, se queixou o presidente.
O Ministro dos Esportes, para afagar o ego do nosso astro-pop, justificou as vaias como apenas um ato político. Segundo ele, teriam sido ORQUESTRADAS. Pena eu não estar lá, pois, para mim, elas teriam o som de uma verdadeira orquestra sinfônica, da qual eu seria a maestrina.
Fico imaginando a situação deplorável dos que precisam constantemente lamber a bunda presidencial, aturando o seu mau-humor e grosseria nos casos em que sua vontade ou fantasia não são satisfeitas.
Outra hipótese para as vaias seria o fato de grande parte do público presente pertencer à classe média, que é mais hostil ao astro-pop Lula. Baseado nisso, um graduado assessor, soltou a seguinte frase: "Não havia povo na arquibancada." Aí vemos o desespero do pobre coitado, diante de um vaidoso que foi rejeitado.
Para um governo populista, dizer que a classe média não é povo, faz até sentido, pois quem o elege mesmo é o pobre e o ignorante, que se contenta com pouco e não faz exigências. Ao pobre o Grande Pai oferece migalhas em troca do voto. Quanto à classe media... bem... o pessoal da classe média só paga.... os impostos, os gastos e os gatos.