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O artigo de Ricardo Mendonça, na Revista Época da semana passada, mostra como Luís Inácio foi, mais uma vez, um tremendo trapalhão. Começou a campanha do Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel em 2004. Em agosto de 2005, foi conhecer o assentamento Santa Clara, em Canto do Buriti – Piauí, local escolhido para lançar o projeto de plantação de mamona da maneira mais teatral.
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Numa daquela suas apresentações mirabolantes, na base do engana trouxa, Luís Inácio disse ao seu maleável público o seguinte:
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“O nosso petróleo, o petróleo verde da mamona, nunca acaba. Porque acaba um pé, a gente planta outro. Acaba outro a gente planta outro”.
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“A mamona pode ser uma das possibilidades para o povo pobre deste país melhorar de vida. E para mim, gente, não tem coisa mais orgulhosa do que ver um pai de família trabalhar, receber seu salário, pegar a mulher e os filhos, ir na bodega mais próxima e encher a casa de comida.”
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Na ocasião, pobres agricultores (pobres no bolso e na crença), empresários e até mesmo políticos ficaram muito felizes com um futuro tão promissor.
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Parceria:
A empresa Brasil Ecodiesel, que recebeu terra do governo piauiense para o trabalho, “distribuiu lotes de oito hectares para 610 famílias, deu uma pequena casa para cada agricultor e assinou contratos de parceria. As famílias receberiam semente, insumos, assistência técnica e um adiantamento mensal de (míseros) R$ 250,00 por seis meses. Em troca, entregariam a colheita, que no final seria transformada em biodiesel.” (revista Época de 10 de agosto – pág. 58). A reportagem não diz qual seria o lucro do agricultor em relação à empresa.
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Quatro anos depois, a realidade: ***
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“... denúncias graves, exploração do trabalho infantil, prostituição, desmatamento e produção ilegal de carvão”. Hoje, cerca de 600 famílias continuam assentadas, mas a maior parte dos terrenos está ociosa. As plantações de mamona produziram bem abaixo do esperado.” (Época – pág. 58)
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“Aos poucos, a cultura foi sendo abandonada. Hoje, os únicos pés visíveis de mamona são aqueles que nasceram por acaso, no meio do mato, por obra da natureza.” (Época – pág. 58)
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“Muitos agricultores reclamam que não podem sair do local, sob o risco de perder o direito à terra. Alguns dizem que chegam a passar fome.” (Época – pág. 59)
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“... retumbante fracasso da mamona como matéria-prima para a produção de biodiesel.” “... a mamona não se mostrou viável....” “Fazer biodiesel com mamona sai muito caro.” (Época – pág. 60)
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“Em 2005, Luís Inácio citou a palavra ‘mamona’ 92 vezes. No ano passado, a mamona apareceu na boca do presidente em 16 oportunidades. Neste ano, até agora, Lula só a citou em 13 ocasiões, a maioria com ressalvas. O ‘petróleo verde secou.” (Último comentário do artigo, na pág. 61) ***
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O caso das momonas e biodiesel pode não ter matado ninguém de fome, ao menos por enquanto, mas assassinou as esperanças de quem acreditou no palavrório do presiMente. Que a memória do grupo que tanto me divertiu com suas músicas irreverentes me perdoe por usar seu nome num assunto como este.
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E Luís Inácio...
é tão milagreiro e trapaceiro quanto Edir Macedo.
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A reportagem cita também o site da ONG Repórter Brasil (http://www.reporterbrasil.com.br/exibe.php?id=1543), que "recebeu patrocínio internacional para investigar o setor; a explicação pode estar na falta de credibilidade do programa.” Caso a falta de credibilidade seja motivo, as promessas de Luís Inácio diz não são mais levadas tão a sério.***
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