Quando afirmava que sua candidata Dilma seria a escolha ideal, um governo perfeito, LI não apenas mentiu, mas traiu os eleitores que acreditaram nele e a elegeram para a presidência.
Nem é necessário que Dilma Rousseff comece seu mandato, faça um governo bom ou mal, porque não é o próximo mandato que está em julgamento. O que importa é a falta de compromisso de LI com o povo e com o país ao garantir o que ele mesmosabia não ser verdadeiro, o que fica provado quando tanto ele quanto 'os seus' (dela, também) já pensam na hipótese de ver a incompetência na presidência da República.
Para retornar em 2014, há duas alternativas apenas: ou LI estará assumindo traição feita a seus eleitores ao indicar a candidata errada, ou precisará trair Dilma. Vamos às apostas.
Trechos do artigo de Guilherme Fiuza
- Dilma, o contratempo -
Inventar Dilma e colocá-la na Presidência foi uma jogada de mestre. O único inconveniente é que agora ela vai ter que governar. Serão quatro anos de exaustiva ginástica para não desmanchar o fetiche do Padre Cícero do ABC. Esse contratempo vinha sendo bem dissimulado nos três anos que Dilma passou em campanha eleitoral. Agora o PT rasgou a fantasia.
O porta-voz da sinceridade foi o escudeiro Gilberto Carvalho, chefe de gabinete de Lula, escalado para manter a encarnação do chefe no palácio – agora como secretário-geral da presidenta. Perguntado sobre a possibilidade da volta de Lula ao posto em 2014, ele mandou às favas o teatro em torno do primeiro governo feminino do Brasil: “Num cenário de a Dilma fazer um governo bom, é evidente que ela vai à reeleição. Se houver dificuldades e ele (Lula) for a solução para a gente ter uma vitória, ele pode voltar.” É comovente o acesso de franqueza. Até os eufemismos habituais sobre um novo governo promissor, ou mesmo as evasivas sobre a impossibilidade de prever o futuro, sumiram de cena. Sem meias-palavras, o porta-voz do messias já fala abertamente em sua volta, mediante a hipótese de Dilma fazer besteira.
É antropologicamente interessante ver o discurso do triunfalismo feminista girar 180 graus para o pragmatismo fisiológico. Nunca é tarde para se dizer a verdade. Antes mesmo de largar o osso, Lula é lançado candidato para 2014 pelos companheiros que já cogitam as “dificuldades” do governo Dilma.O país assistirá a uma batalha interessante daqui para frente: a luta do fisiologismo contra o fisiologismo do B. Como é voraz, essa nova elite nacional.
TEMOS QUATRO ANOS
PARA DESMORALIZAR A MENTIRA