Este espaço é desaconselhável a menores de 21 anos,
porque a história de nossos políticos
pode causar deficiência moral irreversível.

É a vida de quengas disfarçadas de homens públicos; oportunistas que se aproveitam de tudo e roubam sem punição. Uma gente miúda com pose de autoridade respeitável, que engana o povo e dele debocha; vende a consciência e o respeito por si próprios em troca de dinheiro sujo. A maioria só não vende o corpo porque este, além de apodrecido, tem mais de trinta anos... não de idade, mas de vida pública.


sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

"1984" em 2008

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O livro “l984”, de George Orwell, narra o totalitarismo mentiroso e manipulador de um partido que se instala no poder com um governante auto-intitulado como Grande Irmão do povo. O resumo completo está no site (http://www.duplipensar.net/george-orwell/1984-orwell-resumo.html), compactado abaixo com alguns trechos, palavras ou fatos, que identificam o nosso atual governo com o livro, em negrito. ***
É uma crítica ao stalinismo e ao nazismo, à nivelação da sociedade, ao tratamento ao indivíduo como simples instrumento que serve ao estado.
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1984
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O tema principal deste livro é a transformação da realidade com a intenção de enganar o povo, para convencê-lo de estar numa democracia com uma vida satisfatória que não existia. A opressão e a tapeação começaram quando chegou ao poder o partido do Grande Irmão e instalou teletelas em todos os apartamentos. O nome Big Brother inspirou um programa televisivo onde as pessoas são vigiadas 24 quatro horas por dia como acontecia na história narrada.
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O livro conta a vida de Winston, um dos membros do partido, funcionário do Ministério da Verdade. Sua função era reescrever e alterar dados de acordo com o interesse do Partido, jogando no incinerador (Buraco da Memória) os dados e fatos originais, para evitar tudo que pudesse contradizer as verdades do Partido que determinava, inclusive, a ascenção e a queda de ídolos de acordo com alguns interesses. Pensar de maneira diferente era considerado crime (crimédia) e quem se atrevesse a fazê-lo era capturado pela Polícia do Pensamento e desaparecia.
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Para manter o poder, era necessário ao partido manter o indivíduo na mais completa ignorância. Bloco e lápis, por exemplo, eram artigos de venda proibida. As fábricas russas continham placas com o lema: dois mais dois são cinco se o partido quiser.
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Já revoltado, usando o canto do apartamento onde podia se esconder da teletela, Winston escreve no seu diário (bloco e lápis comprados clandestinamente) que liberdade é poder escrever que dois mais dois são quatro.
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Como acontece muitas vezes na vida real, o passado era esquecido. O partido dominante usava a propaganda com números e dados irreais, que ajudavam tal esquecimento. Tudo era controlado pelo partido .
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Em uma de suas mentiras, o partido informa o aumento da ração de chocolate semanal. Os dados verdadeiros eram coletados e substituídos pela versão oficial. Enquanto isso, a população enganada agradecia ao Grande Irmão .
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Em “1984”, havia os Dois minutos de ódio, parte do dia em que todos os membros do partido se reuniam para ver a propaganda que enaltecia as conquistas do Grande Irmão e, principalmente, direcionava o ódio contido contra os inimigos: odeie o seu inimigo e se identifique com o seu semelhante.
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O partido promovia, também, nova edição do dicionário de ‘novilíngua’ . Músicas eram pré-fabricadas em máquinas de fazer versos, cantadas por voz metálica.
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A ignorância dos menos abastados não era perigo para o Partido e, portanto, não sofria tanta repressão quanto os membros, superiores e inferiores do Partido, a classe-média. "Nós somos os mortos" repete uma voz metálica.
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Algumas frases do resumo que caracterizam o governo totalitário do Grande Irmão.
- "Nós somos os mortos" (filosofa Winston ao contemplar a vida simples da prole).
- A verdade pertence ao Partido já que este controla a memória das pessoas. - Se fosse necessário, deveria haver quantos dedos em sua mão estendida o partido quisesse
- ... aprender, entender e aceitar, se adaptar. - ...o perigo maior ao Partido, é o amor a outra pessoa acima do Grande Irmão.
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Outras obras: "A Insustentável Leveza do Ser" de Milan Kundera; e a "A Revolução dos Bichos", também de George Orwell, onde o deslumbramento pelo poder transforma e deforma.
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A verdadeira, a real mudança que houve no Governo do ex-metalúrgico não é a apresentada em seus discursos auto-promocionais. Muitos brasilereiros acreditam em Luís Inácio da mesma forma que acreditavam no Grande Irmão de l984. Mas a verdade está na cara.
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quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Artigo de Peter Wilm Rosenfeld chegou na hora certa

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Depois de termimada a enquete, nada melhor do que o artigo abaixo que fala sobre as pesquisas eleitorais, bem diferentes das enquetes feitas por eleitores, por serem encomendadas e pagas pelos candidatos.

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PESQUISAS ELEITORAIS

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Para muitos, as pesquisas eleitorais são absolutamente indispensáveis e críveis. Por essa razão, elas proliferam como nunca no Brasil. ***

E em seu resultado a maior parte da sociedade brasileira crê piamente. ***

Atrevo-me a dizer que, em geral, as pesquisas não revelam a verdade que se busca, pois elas são facilmente manipuladas de várias maneiras, algumas inteligentes, mas uma grande parte absolutamente capciosas. ***

Ainda há poucos dias, atendi a um telefonema que me informava tratar-se de uma pesquisa sobre a telefonia e se eu me dispunha a participar. Aceitei fazê-lo, mas quando a conversa telefônica já estava prestes a passar dos vinte minutos de duração pedi desculpas e encerrei a entrevista. As perguntas, todas, eram não só capciosas como, em muitos casos, as opções de respostas eram limitadas e não tinham como abrigar o que eu queria responder . ***

Antes de prosseguir, devo dizer que nunca, nos cerca de 60 anos em que sou votante, um pesquisador me “encontrou” para responder ao questionário sobre o próximo pleito eleitoral. ***

Como exatamente o mesmo aconteceu com meus familiares e amigos mais próximos, estou certo de que os pesquisadores procuravam seus votantes a dedo, para não decepcionar o cliente-partido que os contratara. ***

Por que escolhi o tema para meu artigo desta semana ? ***

Por uma razão muito simples: porque acredito que as pesquisas de opinião sobre a aprovação/rejeição aos atos do governo do Presidente da Silva são tremendamente orientadas, para satisfazer as entidades que estão contratando esses trabalhos. ***

Lendo ou pesquisando vários jornais brasileiros, ouvindo pelo sistema rádio/TV o que os mesmos divulgam, não é crível que a Presidência da República esteja obtendo um tão alto índice de aprovação (beirando os 70% nos resultados recentemente dados a conhecer !). ***

Nelson Rodrigues afirmou, há muitos e muitos anos, que “toda a unanimidade é burra”. Até hoje essa máxima não foi desmentida, o que poderia nos servir de elemento de convicção, ou mesmo de prova de que as recentes pesquisas, por refletirem uma quase-unanimidade em relação ao Presidente da Silva, são erradas (para não dizer orientadas, ou manipuladas). ***

Por outro lado, como atualmente qualquer brasileiro maior de 16 anos de idade pode votar, seja analfabeto ou um membro da ABL; como sabemos que a esmagadora maioria da população é analfabeta ou quase, não conseguindo ler sequer um texto simples, o que dirá um pouco mais complicado (como é qualquer texto que verse sobre política, economia, ensino, etc.), sendo as perguntas conduzidas de forma a levar o pesquisado a responder exatamente aquilo que a pesquisa deseja que responda, obtemos os resultados que vem sendo obtidos. ***

Geralmente, somos informados que as pesquisas foram registradas nos Tribunais Eleitorais sob o nº tal (o que não tem qualquer significado), e que foram pesquisadas “x” pessoas em todo o território nacional. ***

Como foi dividido o País para essas entrevistas ? Quantos em cada estados ou, pelo menos, em cada uma das cinco regiões em que o Brasil foi dividido ? Quantos desses moram nas capitais ou nos principais municípios ? Qual o grau de escolaridade dos pesquisados ? Etc., etc., etc. ***

Qualquer alteração nessa composição de entrevistados pode modificar, de forma significativa, o resultado da pesquisa. Como também pode ser levada a resultado diverso mudando-se a quantidade de entrevistados de cada região. Ou seu grau de escolaridade. ***

E mais, mas não menos importante: quantos dos entrevistados têm afinidades com os partidos políticos ou são a eles filiados ? ***

A todas e a cada uma dessas perguntas os Ibopes ou DataFolhas do Brasil têm critérios próprios que influenciam de uma ou de outra forma o resultado do trabalho. ***

Pelas razões acima, não levo muita fé no que me informam as pesquisas. Não servem, sequer, para formar minha opinião (sou só apenas um voto) ou, penso, a de qualquer votante com um pouco mais de discernimento. ***

Sabemos, claro, que o bolsa-família é importante para os que a recebem (milhões de brasileiros preferem receber uma ajuda que nada lhes custa); que as outras “bolsas”, seja lá quais forem, também são muito bem recebidas. ***

Que as quotas raciais têm a simpatia de quem delas se beneficia, o mesmo ocorrendo com as quotas sociais, isso sabemos. ***

Mas podemos ter a certeza de que essas bolsas, quotas e sabe-se quantas outras formas de distribuição de recursos ou de benesses, não melhorarão o Brasil (e não vou falar no aprender a pescar, ao invés de distribuir peixes...) ***

Não me preocupa maiormente meu próprio futuro, na idade em que estou, só posso lamentar quase tudo do que já passou. ***

A preocupação real, grande, é com meus filhos, netos e bisnetos (um já nasceu e o próximo já está a caminho!) ***

*** Peter Wilm Rosenfeld P. Alegre, 10.12.2008 - pwrosen@uol.com.br

A participação de vocês

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Encerrou a enquete "Quem você indicaria para a Presidência da República?" que será retirada. O resultado, embora mostre a escolha de número limitado de participantes, nos dá uma idéia do que está por vir. Teremos o estilo FHC de volta, provavelmente por falta de opção melhor.

Recebi algumas sugestões quando a votação já havia começado, o que impossibilitou qualquer alteração. A idéia de incluir 'outros' como alternativa, por exemplo, foi desperdiçada.

*** Uma outra idéia muito boa foi abrir um espaço para que cada um pudesse indicar o candidato desejado, sem ter que se limitar aos nomes apresentados, mas infelizmente isto é impossível fazer numa enquete. Estou tentando descobrir uma forma de por esta sugestão em prática, mas até agora não descobri qual seria o recurso a ser usado. Quem souber como fazer, peço entrar em contato. Muitos vão agradecer e, quem sabe, nos daria um Pliiiiim! , mesmo sem resultado prático na próxima eleição presidencial. Mas nunca se sabe.

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Um abraço a todos

e que aconteça algum milagre neste país.

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quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

O sonho de uns é o pesadelo de outros

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O jornalista Neil Ferreira não tem dormido direito por causa de suas trágicas premonições. Haveria um golpe - juridicamente correto - para satisfazer a fome de poder do nosso presiMente. Em seus sonhos nebulosos, José Alencar seria candidato à Presidência, e seu vice Luís Inácio. Depois de eleito por algum tempo, renunciaria por problemas de saúde e, então, o ex-sindicalista assumiria, de novo, o cargo.
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Todos sabem que continuar na presidência da república é o grande sonho deste nosso presiMentiroso boquirroto. Após diversas tentativas para alterar a legislação com a possibilidade de um terceiro mandato, sem resultado, este golpe poderia transformar o sonho dele em nosso pesadelo.
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José Alencar já esteve internado diversas vezes, mas sempre consegue escapar da morte. Pelo jeito, até mesmo dela os políticos escapam, ou conseguem fazê-lo por muito mais tempo que o previsível .

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Entretanto, o jornalista não tem com que se preocupar, pois José Alencar tem tanta chance de se eleger quanto Dilma Rousseff, embora Luís Inácio afirme que será ela a próxima presidente. Parece que ele se esqueceu do caso de Marta Suplicy na eleição à Prefeitura de São Paulo. Ou confie demais no convencimento do povo por meio de sua verborragia de boteco.
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Ao comentar sobre o palavreado lulista, me ocorreu a desculpa apresentada para a substituição do SIFU - dito por ele - pela expressão "inaudível", na página da Presidência na Internet. O motivo: as senhôras que transcrevem seus discursos, desconhem este termo tão vulgar.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Espaço para o artigo ""Inaudível", em que Ricardo Noblat comenta diversos aspectos do atual governo. Está na segunda página d'O Globo de hoje. Transcrevo aqui (com alguns trechos grifados) para deixar gravado.
Em um de seus comentários, Noblat faz alusão à MENTIRA usada no site da Presidência da República na tentativa de esconder o SIFU dito pelo presiMente, trocando este termo chulo por... "inaudível". Mas, quem quiser ouvir sem esforço algum, é só clicar em http://www.youtube.com/watch?v=vpv9yJxmjp8 e vemos lá um sujeito cuspindo as palavras de maneira grosseira e falando como jamais falaria um chefe da Nação.
Inaudível
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"Ou você diria ao paciente "sifu"? Se você chega dizendo a gravidade da doença, você acaba matando o paciente". (Lula)
No país dos grampos quanto mais se escuta menos se ouve. Do alto de espantosos 70% de aprovação, Lula parece surdo ao que contrarie suas crenças. Seria compreensível se não fosse perigoso. Do mesmo modo, a maioria dos brasileiros ignora o estrondo que derreteu os mercados lá fora, ajudou a eleger Obama presidente e começa a ecoar por aqui.
O que era doce acabou. O Brasil aproveitou pouco a mais recente fase de ouro da economia mundial. O pior da crise ainda está por vir. "Yes, we can´t!". Mas ainda levará um longo tempo para que possamos celebrar a recuperação da economia. Fazer o quê? Melhor fingir que se trata de uma "marolinha", como prefere Lula. E com ele concordam 42% dos 3.486 brasileiros entrevistados pelo Datafolha na semana passada. Para 78%, a vida vai melhorar em 2009.
Sinto muito, não vai. O Produto Interno Bruto deve crescer bem menos do que se imaginava, o desemprego aumentar e o salário diminuir. Nada que impeça o governo de criar novas despesas ao invés de reduzir as existentes. A hora é de gastar, aconselha Lula. E não esperem que ele se debruce sobre o leito do paciente e diga: "Meu, sifu!" Isso não se faz. Na verdade, isso um presidente da República não diz, salvo se estiver embriagado pelo próprio sucesso. ***
O "sifu" não foi uma derrapada de mau gosto nunca antes cometida por um presidente. No passado, o presidente Fernando Collor avisou aos interessados que tinha "aquilo roxo". Na campanha eleitoral de 2006, Ciro Gomes, duas vezes candidato a presidente da Republica, mandou um adversário "à puta que o pariu". Mais recentemente definiu Fortaleza como "um puteiro a céu aberto". Ao seu estilo, cada um deles prestou tributo ao romano Cícero e ao grego Demóstenes, mestres da oratória. *** Os cinco sentidos humanos carimbaram a Era Lula desde o seu início. Em 2002, Lula provou o gosto do poder ao alcance da mão durante uma campanha em que foi o franco favorito o tempo todo - sem falar do Romanné Conti degustado ao lado do publicitário Duda Mendonça. 2003 foi o ano da visão. O mundo contemplou extasiado a figura do ex-retirante da seca, ex-metalúrgico, ex-líder sindical que finalmente fora eleito presidente do Brasil.
*** O olfato dos mais sensíveis denunciou que algo cheirava mal no segundo semestre de 2004. O cheiro ruim se impôs dali há um ano quando o mensalão fez o governo tremer e Lula duvidar da possibilidade do segundo mandato. Foi quando ele ameaçou renunciar à presidência da República se o PT não desse um jeito de impedir que o publicitário mineiro Marcos Valério abrisse o bico como ameaçava fazer. O jeito foi tão bem dado que Valério, hoje, preso, permanece de bico fechado. ***
Em 2006, Lula sentiu que era possível dar a volta por cima. Saiu para o abraço percorrendo todas as regiões do país e ameaçando jogar o povão contra as elites interessadas em derrubá-lo. Manipulador de primeira, esse Lula. As elites jamais estiveram tão satisfeitas com um presidente. Dotado de notável tato político, montou uma poderosa aliança e derrotou um oponente autor da proeza de ter no segundo turno menos votos do que no primeiro. Atingiu o zênite. E sonhou com o terceiro mandato consecutivo.

*** O episódio do "sifu" é emblemático do ano em que o grampo mais famoso é aquele que só foi transcrito. O governo tapa os ouvidos às críticas da oposição. Essa se faz de surda a quem lhe cobra coerência e uma proposta de governo consistente para o futuro. O delegado Protógenes Queiroz não ouve a Polícia Federal, que não ouve a Agência Brasileira de Inteligência. Nem o ministro Gilmar Mendes, presidente do Supremo Tribunal Federal, ouve o juiz federal Fausto De Sanctis - e vice-versa.
*** Ao publicar na página do Palácio do Planalto na internet o mais extravagante discurso feito por Lula, o responsável pela tarefa foi bastante feliz ao trocar o "sifu" pela expressão "inaudível". Nada marca melhor 2006. (tapeação é a marca do atual governo) ***
www. oglobo. com. br/ noblat noblat@oglobo.com.br