Este espaço é desaconselhável a menores de 21 anos,
porque a história de nossos políticos
pode causar deficiência moral irreversível.

É a vida de quengas disfarçadas de homens públicos; oportunistas que se aproveitam de tudo e roubam sem punição. Uma gente miúda com pose de autoridade respeitável, que engana o povo e dele debocha; vende a consciência e o respeito por si próprios em troca de dinheiro sujo. A maioria só não vende o corpo porque este, além de apodrecido, tem mais de trinta anos... não de idade, mas de vida pública.


quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Artigo de Peter Wilm Rosenfeld chegou na hora certa

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Depois de termimada a enquete, nada melhor do que o artigo abaixo que fala sobre as pesquisas eleitorais, bem diferentes das enquetes feitas por eleitores, por serem encomendadas e pagas pelos candidatos.

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PESQUISAS ELEITORAIS

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Para muitos, as pesquisas eleitorais são absolutamente indispensáveis e críveis. Por essa razão, elas proliferam como nunca no Brasil. ***

E em seu resultado a maior parte da sociedade brasileira crê piamente. ***

Atrevo-me a dizer que, em geral, as pesquisas não revelam a verdade que se busca, pois elas são facilmente manipuladas de várias maneiras, algumas inteligentes, mas uma grande parte absolutamente capciosas. ***

Ainda há poucos dias, atendi a um telefonema que me informava tratar-se de uma pesquisa sobre a telefonia e se eu me dispunha a participar. Aceitei fazê-lo, mas quando a conversa telefônica já estava prestes a passar dos vinte minutos de duração pedi desculpas e encerrei a entrevista. As perguntas, todas, eram não só capciosas como, em muitos casos, as opções de respostas eram limitadas e não tinham como abrigar o que eu queria responder . ***

Antes de prosseguir, devo dizer que nunca, nos cerca de 60 anos em que sou votante, um pesquisador me “encontrou” para responder ao questionário sobre o próximo pleito eleitoral. ***

Como exatamente o mesmo aconteceu com meus familiares e amigos mais próximos, estou certo de que os pesquisadores procuravam seus votantes a dedo, para não decepcionar o cliente-partido que os contratara. ***

Por que escolhi o tema para meu artigo desta semana ? ***

Por uma razão muito simples: porque acredito que as pesquisas de opinião sobre a aprovação/rejeição aos atos do governo do Presidente da Silva são tremendamente orientadas, para satisfazer as entidades que estão contratando esses trabalhos. ***

Lendo ou pesquisando vários jornais brasileiros, ouvindo pelo sistema rádio/TV o que os mesmos divulgam, não é crível que a Presidência da República esteja obtendo um tão alto índice de aprovação (beirando os 70% nos resultados recentemente dados a conhecer !). ***

Nelson Rodrigues afirmou, há muitos e muitos anos, que “toda a unanimidade é burra”. Até hoje essa máxima não foi desmentida, o que poderia nos servir de elemento de convicção, ou mesmo de prova de que as recentes pesquisas, por refletirem uma quase-unanimidade em relação ao Presidente da Silva, são erradas (para não dizer orientadas, ou manipuladas). ***

Por outro lado, como atualmente qualquer brasileiro maior de 16 anos de idade pode votar, seja analfabeto ou um membro da ABL; como sabemos que a esmagadora maioria da população é analfabeta ou quase, não conseguindo ler sequer um texto simples, o que dirá um pouco mais complicado (como é qualquer texto que verse sobre política, economia, ensino, etc.), sendo as perguntas conduzidas de forma a levar o pesquisado a responder exatamente aquilo que a pesquisa deseja que responda, obtemos os resultados que vem sendo obtidos. ***

Geralmente, somos informados que as pesquisas foram registradas nos Tribunais Eleitorais sob o nº tal (o que não tem qualquer significado), e que foram pesquisadas “x” pessoas em todo o território nacional. ***

Como foi dividido o País para essas entrevistas ? Quantos em cada estados ou, pelo menos, em cada uma das cinco regiões em que o Brasil foi dividido ? Quantos desses moram nas capitais ou nos principais municípios ? Qual o grau de escolaridade dos pesquisados ? Etc., etc., etc. ***

Qualquer alteração nessa composição de entrevistados pode modificar, de forma significativa, o resultado da pesquisa. Como também pode ser levada a resultado diverso mudando-se a quantidade de entrevistados de cada região. Ou seu grau de escolaridade. ***

E mais, mas não menos importante: quantos dos entrevistados têm afinidades com os partidos políticos ou são a eles filiados ? ***

A todas e a cada uma dessas perguntas os Ibopes ou DataFolhas do Brasil têm critérios próprios que influenciam de uma ou de outra forma o resultado do trabalho. ***

Pelas razões acima, não levo muita fé no que me informam as pesquisas. Não servem, sequer, para formar minha opinião (sou só apenas um voto) ou, penso, a de qualquer votante com um pouco mais de discernimento. ***

Sabemos, claro, que o bolsa-família é importante para os que a recebem (milhões de brasileiros preferem receber uma ajuda que nada lhes custa); que as outras “bolsas”, seja lá quais forem, também são muito bem recebidas. ***

Que as quotas raciais têm a simpatia de quem delas se beneficia, o mesmo ocorrendo com as quotas sociais, isso sabemos. ***

Mas podemos ter a certeza de que essas bolsas, quotas e sabe-se quantas outras formas de distribuição de recursos ou de benesses, não melhorarão o Brasil (e não vou falar no aprender a pescar, ao invés de distribuir peixes...) ***

Não me preocupa maiormente meu próprio futuro, na idade em que estou, só posso lamentar quase tudo do que já passou. ***

A preocupação real, grande, é com meus filhos, netos e bisnetos (um já nasceu e o próximo já está a caminho!) ***

*** Peter Wilm Rosenfeld P. Alegre, 10.12.2008 - pwrosen@uol.com.br

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