... ou aqueles que gostariam de saber o que é isto.
O livro deu certo, e eu, na modéstia dos leoninos do segundo decanato, achei que tinha funcionado para o projeto como um chaveiro com pé de coelho, um Mug Simonal ou aquele indiozinho que dava cor tropical às transmissões da TV Tupi. Fui regiamente pago com uma blusa Ban Lon vinho, um almanaque dos Sobrinhos do Capitão e um vasilhame de leite CCPL. Não precisava tanto, mas o Alberto é um cara criado com mingau de aveia Quaker para sustentar a musculatura e a oração de Julio Louzada para nortear os princípios da alma. Nunca o acometeu uma espinhela caída de doença ou crime ético de colocar gilette na rabiola da pipa. Um homem digno, desses que não seriam empregados em qualquer organização do Daniel Dantas.
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Eis que agora Alberto, que como todo mundo está saturado de vida real, que como todo mundo não agüenta mais abrir o jornal e ser informado de que de todas as nostalgias apenas a do bicho-papão de fato existe - eis que ele prepara outra edição, com o título de "O mundo acabou de novo". É o "vamos fugir” de 2008. Para o Parque Xangai, no Rio, ou para o circo do Henrique e Arrelia, em São Paulo, mas longe de qualquer bala perdida. Alberto quer descansar um pouco da obrigação profissional de informar dos corruptos, dos canalhas, dessa tralha que nem a lavadora Bendix nem a sua água sanitária Super Globo dão jeito.
Parece que ele agora vai se dedicar mais a colecionar expressões desaparecidas por carregar em no bojo sentimentos ou objetos já incompreensíveis para os jovens. "Esse filme é um abacaxi", "Ele passou para o científico", "Eu quero uma ligação para Recife", "Eu quero é mocotó".
Alguém escreveu outro dia "Saudade da gonorréia" num muro de São Paulo. Alberto, mais elegante, comparando os medos de hoje com os de antanho, certamente grafitaria a nostalgia do medo maior de uma criança: "Saudade da carrocinha de cachorro". O resto era uma civilização envolta na seda azul do papel que envolvia a maçã.
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"O mundo acabou de novo" sai nos próximos meses e é mais uma tentativa bem-humorada de, através da memória de nossas inocências, de nossos pirulitos de chocolate da Kibon, chamar a assistência para que o doutor aplique uma pílula de vida em nossas existências moribundas. É uma tentativa de se chamar a rádiopatrulha para pôr ordem na barafunda deste condomínio e fazer com que se responda, sem mágoa, mas com indignação de um Mario Vianna, à pergunta que não quer calar: cadê o toucinho que estava aqui?
Olhe,
ResponderExcluirque eu não tomei banana split no prédio da Mesbla,
mas tomei sundae de morango nas Lojas Americanas daRua Direita (onde eu andei, pela prima volta, de escada rolante, chique de doer!)
Oh, coisas ... Lembrou-se, por acaso do Anil Colman, da Goma Pox e daquela pastinha à base de cravo que se colocava no "buraco" do dente?
Wakamoto, Wakamoto lhe dá mais disposição ...
E, sim, eu ainda me recordo do que tomei no café da manhã, hoje.
Didi Iashin
A "pastinha" (ou líquido) chamava-se "Um minuto"...
ResponderExcluirOu Cêra do Dr Lustosa...
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