Este espaço é desaconselhável a menores de 21 anos,
porque a história de nossos políticos
pode causar deficiência moral irreversível.

É a vida de quengas disfarçadas de homens públicos; oportunistas que se aproveitam de tudo e roubam sem punição. Uma gente miúda com pose de autoridade respeitável, que engana o povo e dele debocha; vende a consciência e o respeito por si próprios em troca de dinheiro sujo. A maioria só não vende o corpo porque este, além de apodrecido, tem mais de trinta anos... não de idade, mas de vida pública.


terça-feira, 9 de setembro de 2008

Espelho meu, espelho meu: quem é mais lindo do que eu?

Por falta de hábito para fazer transcrição do que quase todos já leram em diversos jornais e revistas, eu juro: o que está abaixo não é transcrição do texto de Arnaldo Jabor, são aplausos e minha demonstração de carinho a este homem que vê o presiMente exatamente como ele é. Terá Jabor lido o livro "Viagens com o Presidente" ?
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Lucubração de Arnaldo Jabor
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Lula, em plena lua-de-mel consigo mesmo, trava o seguinte monólogo diante de seu ‘espelho mágico’ no 'castelo' da Alvorada.
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– Olha aqui, Bush, meu filho... Se você não der um jeito na economia do teu país, vai acabar me atrapalhando, porra... Tu invade o Iraque, quebra o país, suja o nome da América e ainda quer me encher o saco? Olha aqui, Bush – traduz Amorim – tu é otário, não tem o jogo de cintura que eu tenho, não adianta sapatear, nem dançar, porra.... Bush, se toca! E tu também, ô Chávez, tu piensas que yo no sei que usted muerre de inveja del meu prestigio e del Brasil, mas usted se fuede comigo porque yo no te ataco nunca.... Eu te elogio, yo soy "tu cumpañero"... Tua cara ficou branca, piensa que yo não vi? Tu ficou abestalhado com meu cinismo, quando yo te apontei e disse: "Hugo Chávez, aqui, meu irmão, é um grande pacificador da América Latina!" Confessa, tu não esperava por essa, hein. Tus lábios tremeram, essa tua boca de Mussolini índio, de queixada para cima, abriu de surpresa com minha genialidade política de te chamar de "grande pacificador"... Tu ameaçando a Colômbia de guerra, com tropas na fronteira e enchendo o rabo de grana com o petróleo que o Bush fez a cagada de aumentar o preço, hein? Tu é filho bastardo do Bush, esse pai de todas las imbecilidades del século. E é com tu mesmo, Bush – traduz Amorim – isso: "pai de todas as merdas" que acontecem no mundo hoje... Mas, Chávez, tu ficou besta cumigo, hein? Confessa: "Tu és um pacificador... Um Bolivar!" Há, há, há.
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Meu Deus, como é maravilhoso ser eu! Eu posso virar o que quiser, que todo mundo me leva a sério. Como é bom ser eu!... Às vezes, tenho vontade de comer a mim mesmo, no banheiro... Que lindo!... 60% de ibope, a economia vai bem, pois eu não sou besta e não mexi em nada que o FH me deu de bandeja... Esse otário do FH me preparou a cama, fez tudo na economia geral e agora deito e rolo. Agora, é só eu esculachar ele, ameaçar com os cartões e, pronto, ninguém lembra nem que ele fez o Plano Real...
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Não deixei ninguém mexer na economia. Grande Palocci... Aquele Dirceu queria matá-lo; não deixei. Descobri que a economia anda sozinha, enquanto a Dilma trabalha feito uma bóia-fria. No fim do expediente, ela varre o Planalto e apaga a luz...
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– Depois, é só falar no PAC nos palanques. Ninguém viu esse PAC, mas algum jornalista tem saco de ir conferir, pedir uma lista de obras? De modo que tudo vai indo bem. "Virtualmente". Eu aprendi isso com os intelectuais: "simulacros pós-modernos". Há, há, há...
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– E você aí, cumpanheiro Severino Cavalcanti!!!. Severino ali sentado, meu povo, palmas para ele! ‘traído pela oposição’! Agora, vem cá, Severino... Eu te elogiei porque preciso dos votos que tu tem ainda no PMDB, hein... E também para fu&er com o Gabeira lá no Rio; ele que te enxotou da Câmara; porque eu prefiro entregar o Rio para a Igreja Universal do Crivella do que para ele... Agora, tu é um babaca mesmo, hein?... Comendo de graça no restaurante da Câmara por dez "milzinho"... Tu comia o quê? Macarrão, estrogonofe? Ahh, Severino, eu gosto de você porque você é o "anti eu", tu é o pau-de-arara burro que, em vez de dar gorjeta ao garçom, tu levava a gorjeta... Há, há, há... Gosto de olhar para você, para ver como eu venci... Eu sou f%da!!!
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– Você também, Renan... Eu deixei você aparecer com essa cara de vítima atrás de mim e te elogiei porque também preciso de votos do PMDB, mas tu é outro otário. Porra, tu não podia pagar normalmente a mulher? Tinha de ser propina? Tu é rico paca, dono de uma cidade, tu parou o Congresso sete meses e eu tive de agüentar!! Só tenho inveja da mulher lá que tu chamou de "gestante"... Boa paca! E aí, conta, como é que rolava? Disso eu tenho inveja. Presidente não come ninguém... Sou vigiado o dia inteiro... Eu e o Bush... É isso, aí, Bushão – traduz aí, Amorim: "Porra, Bush, tu não come ninguém! Por isso, tu invadiu o Iraque!"....
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– Ai, meu Deus... Que delícia... Eu posso tudo, eu virei um "maquiavel-macunaíma", como escreveu um idiota outro dia... Eu até gostei do apelido... Eu tenho o design perfeito para isso. "Lula" é um nome doce, carinhoso, familiar. "Lula" é fácil de entender. Eu sou o povo. Sou um fenômeno de fé. Quanto mais me denunciam, mais eu cresço. Posso tudo, posso mentir, preciso até da mentira para que o ‘sistema’ não caia, para que eu me faça sucesso. Eu minto em nome de uma verdade maior! Eu desmoralizei escândalos, vulgarizei alianças, subverti tudo, inclusive a subversão. Eu ponho qualquer chapéu. Olha o que o babaca do Jabor escreveu outro dia: "Lula representa uma nova de forma de "bonapartismo", um poder vertical em torno de uma liderança carismática, cuja legitimidade se funda na vontade do povo do qual ele seria o representante, acima dos políticos. Estamos assistindo a um bonapartismo de vaselina". Sei que ele é uma besta, mas aqui ele tem razão. Eu inventei isso.
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Eu me sinto acima de todos vocês, acima das mesquinharias da política real. Ninguém pode ser contra mim, porque eu sou a "favor" de tudo. Não erro porque não faço nada. A economia cresce e distribuo bolsas... Arrasei a oposição, que não sabe a quem se opor... Ninguém tem palavras para exprimir indignação, ou, melhor, ninguém tem mais indignação para ser expressar por palavras. Consegui uma grande anestesia no país, satisfeito, mas que não sabe o que está perdendo, o que poderia ser realizado, reformado, com tanta grana entrando... Mas eu não quero aporrinhação... – E nos jornais e revistas perguntam-me a causa de minha recente indignação, com tanto Ibope. Perguntam por que eu defendo vagabundos? Só digo a você, espelho meu, aqui, nesta madrugada no Alvorada, aqui, nu diante do meu espelho mágico, agora que a Mariza está dormindo... Eu sou milhares... Eu sou legião, refletido em mil imagens... Defendo o indefensável porque tenho a volúpia de dizer o impensável, privilégio dos "césares". Eu estou acima da moralidade, se elogio o ladrão, eu purifico o cara, como uma bênção... Confesso, também, espelho meu, que eu, operário que venceu, sem diploma, curto minha vingança e sonho também (ainda não decidi) com a aclamação total para um terceiro mandato... Eu em 2010? Que achas, espelho meu?
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Arnaldo Jabor
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Ao ler a frase de Jabor "sonho também (ainda não decidi) com a aclamação total para um terceiro mandato" percebi que não sou uma única visionária, como muitos devem pensar. É só esperar mais dois anos, que passam rápido, para ver. Porém, caso isso não aconteça - e não vai acontecer - Luís Inácio vai saber como se sair bem da situação, perante os expectadores. Mas certamente vai encher a cara de uísque (sua bebida predileta) na tentativa de esquecer sua frustração. Principalmente se não puder, com alívio, se ver na presidência Mercosul.

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