A necessidade de um megalômano

Em sua coluna de hoje, Merval Pereira  analisa o objetivo de Luís Inácio impor a candidata escolhida por ele para substituí-lo na presidência .

Em um trecho, Merval  fala sobre a  "...  tentativa de evitar que a população escolha o melhor candidato para restrigir a escolha a uma questão quase pessoal."

Pelas características do presiMente, observamos que sua tentativa vai muito além do desejo de um autoritário vaidoso.    É uma necessidade.   Luís Inácio precisa se sentir eternamente poderoso e a imposição de sua vontade pessoal na escolha duraria apenas até o resultado das eleições,  caso  'ele'  vencesse. 

Ao moldar Dilma Rousseff para atrair votos, a verdadeira intenção de Luís Inácio é continuar mandando.  Não como fez Golbery, que tentava fazê-lo  por baixo dos panos,  embora fossem os panos tão transparentes quanto uma saia de croché.   No caso dele seria bem diferente:   reportagens que o acusassem de continuar decidindo na presidência com Dilma Roussseff no cargo, seriam uma dádiva,  pois veria exposta a sua onipotência.

Trecho do livro "Viagens com o Presidente" 
(meu livrinho de cabeceira):

"Já ciente de  que não terá direito a nenhum centavo da União* quando deixar a cadeira de presidente , Lula passa a idealizar a possibilidade de voltar ao Legislativo.   Deputado constituinte  no final dos anos l980  (quando não fez coisa alguma), ele admite isso em conversa  com o deputado petista Doutor Rosinha (PR), numa viagem ao Uruguai no final de 2005.

Em Montevidéu, o presidente se mostra interessado na criação do Parlamento do Mercosul.

-  Meu caro, como vai ser a escolha dos parelamentares?

O deputado petista explica ao presidente que, em 2007, idéia é escolher deputados eleitos em seus respectivos países para integrar o Parlamento.  Em 2010, então, é que se escolheriam os integranters específicos pafra o Legislativo do Mercosul.

- Ótimo.  Aí, sim, eu vou poder disputar uma vaga nesse palamento." 

Caso Luís Inácio não mantenha poder ostensivo através de Dilma Rousseff,  não consiga um cargo proeminente em qualquer lugar de grande importância; não descubra um jeito de aparecer sempre no noticiário mesmo sendo um mero ex-presidente sem condições de, por exemplo,  escrever um livro, fazer palestras ou dar aulas, aposto que  veremos Luís Inácio desabar em depressão.   A não ser que passe a professorar seus conhecimentos de como mentir com convicação .

É esperar para ver.

* Certamente receber dinheiro da União não é o mais importante para um megalômano.