Como esse último escândalo está rolando na Internet desde sábado, ininterruptamente, provocando ânimo de uns enquanto o PT e L.I. entram em desespero, tensão seria uma palavrinha muito fraca para o tipo de situação. Tesão se ajusta bem melhor.
Então, mãos à obra - Publicado por Rosangela Bolze no
grupo Apoio a revista Veja e à democracia.
ENQUANTO ISSO, NO 'COMITÊ DOS PETRALHAS'............
REYNALDO ROCHA, DE BH reconstitui a reunião que pariu a nota concebida para assassinar a verdade - REYNALDO ROCHA
Resumo de reunião dos assessores de Lula. Marqueteiros, advogados e jornalistas chapa-branca. O próprio não está presente. Discute-se como formular uma resposta à imprensa sobre os fatos envolvendo o ex-presidente e o MinistroGilmar Mendes.
Ambiente tenso. Televisores ligadas nos canais noticiosos. Tablets e computadores em permanente pesquisa nos blogs de colunistas e dos jornais e revistas. Lula recusa-se a participar da reunião, esperando o resultado final que virá do conselho de próceres reunidos (este é um hábito de quem se acostumou a ver todos trabalhando para ele, sem precisar se mexer fora dos 'palcos').
A primeira questão é colocada em discussão. Lula deve dar uma entrevista? Se sim, a qual veículo de comunicação? Com qual teor?
A decisão é unânime. Lula tem que permanecer calado. Alguém, para ter certeza da decisão tomada, resolve consultar Lula por telefone. E sugere ─ como teste ─ o pronunciamento esclarecedor. Ouve um palavrão como resposta (outro hábito do falso defensor dos trabalhadores é responder com palavrões ou grosserias quando consultado). Todos já sabem que Lula não falará.
A tensão cresce. As análises de jornalistas isentos e imparciais (os tais da dita grande imprensa) são demolidoras. Vão da revolta à vergonha. A esgotofesra não consegue conter a enxurrada de indignação. Estão, todos, sem argumentos. Esperam alguma orientação ─ como bons blogueiros de aluguel ─ para saber o que escrever.
Chegam a um acordo. Uma nota oficial.
Um ex-ministro da Justiça, atarefado com a defesa de bicheiros e bandidos do mesmo quilate, adverte para o risco de Lula declarar algo que possa ser desmentido posteriormente, até mesmo na esfera judicial.
Novo impasse. O homem não irá falar. E não dá para assinar uma nota oficial. Volta-se à estaca zero. Enfim aparece a solução! A nota será assinada pelo Instituto Lula. Pessoa jurídica que não mente por absoluta incapacidade (factual e legal) para tanto: empresas nunca mentem, só seus dirigentes. Se der problema, será coisa do administrador do Instituto. Que não é Lula.
Resolvido o detalhe da assinatura da nota (mais ou menos) oficial, passa-se ao texto.
O PARTO DO MONSTRENGO
A tensão está no limite. Todos têm na cabeça a mesma pergunta que ninguém tem coragem de expressar: alguém vai acreditar? Pior que todos sabem a resposta.
Depois de dez rascunhos e centenas de hesitações, a nota finalmente encontra um início.
“Sobre a reportagem da revista ‘Veja’ publicada nesse final de semana, que apresenta uma versão atribuída ao ministro do STF Gilmar Mendes sobre um encontro com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no dia 26 de abril, no escritório e na presença do ex-ministro Nelson Jobim, informamos o seguinte:”
Alguém lembra que Nelson Jobim, o estuprador de Constituições, já havia dito que não esteve presente em todos os momentos da conversa. Assim, a nota começa com o desmentido do desmentido. Ninguém se entende na sala. Afinal, o que seria melhor? Obrigar Jobim a desmentir o que disse ─ agora afirmando ter presenciado toda a conversa, o que era a única verdade ─ ou insistir na tese da ausência nos momentos cruciais da negociação/chantagem? Acabam decidindo que, se alguém ficar com a pecha de mentiroso, melhor que seja Jobim. Ele haveria de entender.
Mas como qualificar o fato? Reunião? Audiência? Conversa? Mais discussões. Melhor “encontro”, palavra suficientemente vaga para ser aplicada ao enlace do casal de amantes num motel ou à festa de fim de ano das ex-alunas do Colégio Sion.
Restam os fatos. Como tocar no assunto? Já estão todos de acordo quanto à citação expressa da revista VEJA. Lula não admitiria deixá-la de fora. Como foi citada (pior, foi ela quem divulgou a matéria), então os fatos teriam de ser rebatizados de …versão! Suspiro de alívio. O monstrengo está tomando forma. Um mais esclarecido lembrou-se: versão do jornalista? Desta vez não dava para culpar o Policarpo. Versão do Cachoeira? De novo, problemas à vista. Ainda está preso. Versão da direita raivosa? Embora esteja sempre por trás de tudo, ela não compareceu ao “encontro”. A versão teria que ser do ministro!
Nova rodada de água com Lexotan. É suspensa a distribuição de cafés e chás de qualquer espécie. O homem é um ministro do Supremo! Solução: a versão é da revista VEJA, que a atribuiu ao ministro.
Mas a revista não afirmou que o ministro havia confirmado o teor do “encontro”?, pergunta alguém, imediatamente expulso do recinto para aprender a não tumultuar os trabalhos com meros detalhes. Não há tempo a perder com miudezas. Gilmar Mendes, afinal, há de entender o momento delicado urdido pelas oposições com vistas a derrubar Lula… derrubar Dilma … derrubar os avanços do governo mais popular da história deste país!
O ARGUMENTO QUE FALTAVA
Continua a confecção da nota quase oficial
“1. No dia 26 de abril, o ex-presidente Lula visitou o ex-ministro Nelson Jobim em seu escritório, onde também se encontrava o ministro Gilmar Mendes. A reunião existiu, mas a versão da Veja sobre o teor da conversa é inverídica. ‘Meu sentimento é de indignação’, disse o ex-presidente, sobre a reportagem.”
Este trecho ─ todos concordam ─ é o cerne da nota oficiosa. A resposta. A porrada nas acusações mentirosas. O argumento que faltava aos blogs progressistas. Portanto, é necessário cuidado! Discute-se de início se seria razoável admitir que houvera (ou não) o “encontro”. Não dá para negar. Motoristas, ascensoristas, copeiros e serviçais (essa gente que gosta de aparecer em CPI’S) acabariam confirmando a presença de Lula e Gilmar no escritório de Jobim. A discussão esquenta. O “encontro” virou reunião.
Já que a reunião (o revisor será demitido amanhã pela manhã!) aconteceu, restam as alternativas de sempre. Lula não sabia! O problema é que desta vez não há o que “não saber”. Não sabia que não podia tentar corromper um ministro? Ou intimidar um juiz? Ou, ainda, chantagear um dos julgadores do mensalão? Não, definitivamente não é caso para outro “não sabia”.
Desta feita, o argumento sempre disponível não cabe. O pânico se espalha entre os escribas de aluguel. Algum gênio da linhagen frankliniana sugere a alternativa já largamente utilizada: “é algo que todo mundo faz”. Não, não é. Uma pesquisa no Google informa que não existe um único episódio na história do Brasil que possa sustentar o argumento do “sou, mas quem não é?” Nada. Desta vez – todos os arquitetos do lulopetismo admitem constrangidos – Lula foi longe demais. Inovou perigosamente.
Resta desmentir. Peremptoriamente. De modo cabal. Mas ─ alerta outro marqueteiro presente ─ não seria perigoso desmentir um ministro do Supremo Tribunal Federal?
Nova pausa para consultas e avaliações. Consulta-se o advogado ─ que interrompe de novo o esforço para livrar da cadeia o cliente de R$ 15.00.000,00 ─ em busca de (mais) uma saída. Até por ser caro e estar habituado a clientes com perfil de bandidos, o advogado alerta: não dá. É arriscado demais acusar de mentiroso ─ ou criminoso ─ um juiz do STF.
Então a coisa ficará assim, sem desmentido? Isso jamais! A versão passa a ser da revista VEJA. Não do ministro (ok, ok, vamos esquecer que o ministro, na mesma entrevista, confirmou o teor da reunião). Caso surjam problemas, Lula nunca disse que o ministro mentiu. A desmentida foi a revista, que publicou uma versão.
Em frente! Liberado o cigarro na sala. Alguém pergunta se a “porra da cachaça do Lula” ainda está na gaveta debaixo da escrivaninha.
Pronto! Dada a resposta. O resto será completado com declarações de princípios, uma das quais reafirmará que nunca antes neste país um presidente teve em tão alta conta o Poder Judiciário.
Por telefone, Lula ouve a leitura da nota oficiosa. Outro esporro. Quer dizer que o grupo reunido por mais de 6 horas não preparou sequer um discurso de “autoria” do chefe? (mais um hábito de L.I.: tratar seus subordinados como se fossem seu capacho.
Voltam todos para o término da missão. Há que se colocar, na nota, uma declaração definitiva do próprio Lula. Mais 2 horas de intensas elucubrações sobre o momento doloroso que Lula enfrentava, frente à “versão da VEJA” sobre o “encontro”.
COMEMORAÇÃO PRECIPITADA
O resultado do esforço coletivo finalmente aparece: “Estou indignado!” (mais um: sempre que se viu diante de qualqur marautaia, L.I. se disse ... indignado - até porque ele nunca sabia de nada!) . A declaração mais sucinta da história política do planeta. O poder de síntese levado ao extremo! O gênio da raça em seu momento mais glorioso. O bichinho palanqueiro resumindo numa frase outro episódio de mau-caratismo explícito de opositores.
E basta! Mais um é convidado a retirar-se da sala por ter proferido a inconveniência: “Gente, quem fica indignado se indigna com algo! Com que ou com quem Lula está indignado? Com Gilmar? Jobim? Com a VEJA? Com a vida? Com Obama?” (deve ser com a elite HAHAHAHA)
“2. Luiz Inácio Lula da Silva jamais interferiu ou tentou interferir nas decisões do Supremo ou da Procuradoria-Geral da República em relação a ação penal do chamado mensalão, ou a qualquer outro assunto da alçada do Judiciário ou do Ministério Público, nos oito anos em que foi presidente da República.”
“Ação penal do chamado mensalão”? Como assim? O correto não seria “ação penal derivada da FARSA do mensalão!”. A besta do revisor deixou passar…. Como prudência e caldo de galinha nunca fazem mal, melhor limitar o prazo aos OITO anos de presidência. Depois, bem, depois destes anos a nota não tem nada a dizer.
“3. “O procurador Antonio Fernando de Souza apresentou a denúncia do chamado Mensalão ao STF e depois disso foi reconduzido ao cargo. Eu indiquei oito ministros do Supremo e nenhum deles pode registrar qualquer pressão ou injunção minha em favor de quem quer que seja”, afirmou Lula.”
Lula fica possesso ao saber que a nota já fora enviada aos jornais com a referência ao procurador Antonio Fernando. Quem foi o desavisado que esqueceu de lembrar a FARSA criada pelo ex-procurador? Parece até que Lula concorda com a denúncia! Tem motivos para comentar o escorregão com voz alterada.
“4. A autonomia e independência do Judiciário e do Ministério Público sempre foram rigorosamente respeitadas nos seus dois mandatos. O comportamento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é o mesmo, agora que não ocupa nenhum cargo público.”
Mais um deslize que só depois da publicação da nota oficiosa foi notado: a acusação de agir FORA da Presidência como agiu quando a exercia.
Fim da reunião. Todos respiram aliviados. O texto já está em circulação. Comemora-se mais uma crise vencida. A verdade oficial está apresentada. Lula não se expôs a nenhum processo. Nem precisou assinar a nota. Os participantes da reunião se preparam para a retirada quando Gilmar Mendes aparece na TV para reafirmar o que disse. Não foi uma versão da revista; foram fatos. Não foi uma reunião; foi uma cobrança recheada de ameaças. Jobim a tudo ouviu e até tentou ajudar Lula na argumentação, usando o suspeitíssimo Protógenes, o suplente de palhaço. E ainda acrescentou detalhes.
Faz-se um profundo silêncio na sala do Instituto Lula. Até que alguém se levanta e desliga a televisão. Alguém comenta: “Amanhã vai chover…” Todos vão embora.
Pano rápido. Ficção? Certamente…
Nenhum autor conseguiria escrever um roteiro tão cheio de erros quanto este. Pleno de dubiedades. Um texto que começa e termina sem afirmar nada. Uma peça assim teria que ter, necessariamente, uma plateia de idiotas e imbecis.
Só gente assim acreditaria na verossimilhança do teatro de horrores, onde a ignorância faz par com a ofensa. Ignorância do autor que ofende a inteligência dos espectadores.
Melhor devolver o valor do ingresso.
***
Vamos supor que encontrem um culpado. Seria o administrador do Instituto, que naturalmente não é L.I.? Seria, quem sabe, Jobim ? Ou seria melhor colocar toda a culpa em cima da revista Veja? E que tal jogar a culpa para cima das oposições interessadas em derrubar Lula-Dilma-PT por governarem para os pobres. E, junto, ainda aproveitariam para culpar as eliti.
Vamos ver quem seria o culpado nessa historinha de ficção, onde L.I., de novo, faz um cocozão e os outros têm que correr para limpar... e rápido. Só que, agora, o cocozão não é mais de um presidente.
UM DOS MELHORES TEXTOS DOS ÚLTIMOS TEMPOS, A RESPEITO DE UM DOS MAIS ABOMINÁVEIS ATAQUES À DEMOCRACIA, MORAL E ÉTICA DO BRASIL! LONGO, MAS IMPERDÍVEL! OBRA DE ARTE, QUE NOS FAZ GARGALHAR DA TRAGÉDIA, QUE NOS FAZ REFLETIR SOBRE O IMPENSÁVEL! E PENSAR - POR 3 MINUTOS QUE SEJAM - QUE FOI EXATAMENTE ESTA A SEQUÊNCIA DE SANDICES DA REUNIÃO, NOS FAZ GOZAR, DE TANTO PRAZER! PARABÉNS, FERNANDO, ESTOU ESPALHANDO SEU TEXTO PELO FACEBOOK POIS É UMA JOIA PRECIOSA!!!
ResponderExcluirPERDÃO, ME EQUIVOQUEI SOBRE O NOME DESSE DELICIOSO COMENTARISTA - REYNALDO ROCHA, DE BH!
ResponderExcluirPARABÉNS MAIS UMA VEZ, SUA CRÔNICA FOI UM MAJAR DOS DEUSES!!!!!!!!!!!! BEIJOS!
Perfeito!
ResponderExcluirRosangela, é longo mas fácil de ler com o maior prazer. Esse artigo dele é maravilhoso! Sabe se ele tem algum blog ou alguma página específica? Se não souber, procuro no Google (meu grande amigo!)
ResponderExcluirCarlos, aí é que vemos quantos bons escritores ou jornalistas existem e nós nem conhecemos!
ResponderExcluirRosangela, ainda bem que você não se incomodou de ter colocado seu nome. Agora já posso enviar para o pessoal por email (embora os "botões de fim de página" já tenham feito farta distribuição.
ResponderExcluirAlberto Figueiredo É por isso que nada se consegue, quando a corja petista quer uma coisa vai para as ruas, grita, chama todo mundo de FDP, invade congresso e consegue o que quer, dias depois o chefe é recebido em cabine de honra pelo marginal rei e puliotiCUzinhos e as FFAA, passam prestando continencia para a marginália. Abaixo assinados apenas retardará nossa submissão ao comunismo petralha. Criemos coragem vamos para as ruas, vamos para a porta do Supremo, vamos para a porta do congresso dizer a estes FDP que se defenderem ou encobrirem as safadezas dos seus pares, nos os colocaremos para fora debaixo de porrada. Se as FFAA desejar estar ao lado do povo que esteja senão dane-se será apenas mais um traidor da pátria, se não fosse assim já teriam criado vergonha e cumprido o juramento feito: defender as instituições (que instituições todas são coitos), a soberania ( que soberania temos se outras se apropriam do que é nosso e nos agradecemos doando dinheiro que faz falta aos nosso irmãos que estão morrendo de sede ou afogados) defender a terriotório que territótio se outras nações se apoderam de nossa amazônia. e o povo, como se morremos por balas perdidas, nas portas dos hospitais, de desastres naturais previsíveis por não ter dinheiro, no entanto a corja nos rouba bilhões e ninguém vai preso, e nossa querida presidentA quer dar 20bi para ajudar a Europa, quem sabe se naõ é para Barac chamar ela tambéem de A CARA? Para mim chega, somos todos covardes omissos, não merecemos ter pátria.
ResponderExcluirO Reynaldo é encontrado sempre no blog do Augusto Nunes.
ResponderExcluirAlberto, justamente o que você disse sobre a diferença entre o comportamento ativo da petralhada e a nossa apatia é que me desespera. Comentei lá no grupo, não sei se você já leu, que o objetivo de abrir um grupo nunca foi ficar só no ''blá-BLÁ-BLÁ. Imaginei que dali sairia alguma coisa de útil e, pelo jeito, vai ficar só nisso. Com tão pouco tempo, de tão desanimada, já pensei até em largar aquilo pra lá.
ResponderExcluirHouve outra ocasião em que entrei para um desses grupos que também não deram em nada. Na época me aborreci com o pessoal e só agora resolvi voltar para essa rede social. Isso é coisa, mesmo, pra brasileiro e só nasci aqui por azar, não por escolha. Começo a ver a Internet como uma forma de recolher mais informações. E SÓ ISSO.
Anônimo, tanto o Reinaldo Azevedo quanto o Augusto Nunes são meramente profissionais, porque ainda não vi nenhum deles fazer - ou tentar fazer - alguma coisa.