Artigo censurado do Gen Beni - Lei do silêncio
Exército censura artigo de general sobre Comissão da Verdade
Um
artigo publicado pelo Estado de São Paulo no sábado, assinado pelo general de
Exército Rômulo Bini, pede o fim do silêncio pelos militares.
O texto
do general Bini - que convoca os militares da reserva e até os chefes para
suspenderem o silêncio que se impuseram, para questionarem a Comissão da
Verdade, que chama de revanchista, e pede que reajam aos insultos que a
categoria vem recebendo - desagradou ao comandante do Exército, general Enzo
Peri.
Há
preocupação de que um artigo de um oficial general como Bini, que sempre esteve
longe de qualquer radicalismo, sirva de incentivo para outros oficiais, até
mesmo da ativa, se manifestem, desencadeando um problema interno com várias
vertentes, que começa com a Comissão da Verdade e passa, obrigatoriamente, pela
insatisfação salarial, que é imensa.
Justamente
para evitar a propagação das ideias do general Bini, o artigo dele não foi
incluído na resenha do Exército, nem de sábado, nem de domingo, que chega a
todas as unidades militares do País.
*
Lei do silêncio
Artigo Publicado no ESTADÃO do dia 19/05/2012
Romulo
Bini Pereira
Em 1979,
após muitos debates em amplos segmentos de nossa sociedade, a Lei da Anistia
foi aprovada e promulgada no País.
Ela veio
pôr um ponto final no ciclo de beligerância que se instalou na vida brasileira
e criou um pacto de reciprocidade para a reconstrução democrática no Brasil.
Nestes
anos de sua vigência, as Forças Armadas cumpriram um papel impecável.
Voltaram-se para suas missões constitucionais, sem a mínima interferência no
processo político que aqui se desenvolvia. Mantiveram-se em silêncio,
acompanhando os fatos políticos, alguns bastante perturbadores, sem nenhuma
atitude que pudesse ser analisada como intervenção no processo democrático.
Adotaram
uma verdadeira lei do silêncio. Um ajuste entre seus chefes, em busca da
concórdia e do entendimento.
No
corrente ano, entretanto, dois fatos vieram de encontro à atitude das Forças
Armadas. O primeiro foi a criação da Comissão da Verdade. De modo unânime,
militares da ativa e da reserva consideraram tal comissão um passo efetivo para
atos de revanchismo.
Os seus
defensores - alguns deles membros da alta esfera governamental e do Poder
Judiciário - já falam em rever
a Lei da Anistia, mesmo após o Supremo Tribunal Federal ter
confirmado a sua validade. (caso façam isso, darão
mais uma prova de desrespeito ao Supremo que eles mesmos transformaram em INFERIOR TRIBUNAL FEDERAL )
No
escopo de se obter a verdade, essa comissão, para ser imparcial, deveria
estudar e analisar não só o ideário políticoideológico, mas também os métodos
de atuação de quem optou pela luta armada em todo o mundo. Que pesquise os
manuais das organizações internacionais para constatar a semelhança dos
objetivos e métodos das inúmeras e variadas organizações nacionais, inclusive o
Manual do Guerrilheiro Urbano, de Carlos Marighella, a cartilha do terrorismo
brasileiro. Os diversos delitos cometidos - assassinatos, atentados, roubos e
sequestros - também tiveram, tal como as citadas internacionais, um objetivo
único, ou seja, a "derrubada do governo central e a instauração de uma
ditadura do proletariado", e não uma democracia, como apregoam seus
defensores. Com tal comissão só existirá uma verdade unilateral.
O
segundo fato se refere aos incidentes ocorridos na sede do Clube Militar, no
Rio de Janeiro, tão chocantes e tão esclarecedores para todos os militares.
Chocantes porque velhos soldados, ilustres chefes, instrutores, professores e
outros de carreira e vida exemplares foram insultados e agredidos por uma turba
de radicais com atitudes e impropérios usados pelos grupos extremistas das
décadas de 60 e 70. E esclarecedores porquanto demonstraram que o ódio
ideológico e o fanatismo estão novamente presentes em nosso país. Tanto que disse um dos seus líderes:
"Somos marxistas radicais". Seu ideário, seus métodos
de atuação e seus ídolos são os mesmos das organizações extremistas do passado.
Fazem uso até mesmo de ações de intimidação radicais, como o
"escracho", de modo idêntico aos trotskistas e aos nazistas nas
décadas de 20 e 30. Segundo seus integrantes, suas ações visam a defender a
"honra" do nosso país perante a comunidade internacional.
Definitivamente, não são aptos para tal defesa. A continuar dessa forma, a
citada turba poderá vir a ser um celeiro para novos Araguaias.
Esses
dois fatos atingiram frontalmente os objetivos da Lei da Anistia. A concórdia e
o entendimento foram atitudes adotadas somente pelas Forças Armadas. Em
oposição, um segmento sectário e minoritário demonstrou intransigência e
intolerância totalitária para com os militares. Lei do silêncio: Versão
Impressa - Opinião - Estadao.com.br http://m.estadao.com.br/noticias/impresso,lei-do--silencio-,871990.htm[19/05/2012 09:50:32]
Eles não assumiram seus atos e erros. Talvez para criar uma nova
História, na qual seus integrantes sejam os grandes heróis. Talvez para justificar as ações de seus
líderes no emprego de jovens em aventuras quixotescas de tomada do poder pela
via armada, ou, então, a legitimação das 20 mil indenizações pagas por seus
ideais revolucionários.
Não será
possível mais aceitar que os "anos de chumbo", expressão de origem
italiana tão decantada por esses segmentos minoritários, sejam debitados somente
aos atos das nossas Forças Armadas. Na Itália não houve anistia e terroristas
estiveram presos por muitos anos. O caso Cesare Battisti, de rumorosa
repercussão mundial, exemplifica o desiderato do governo italiano em punir os
que optaram pela luta armada. As organizações extremistas brasileiras estavam
sossegadas na selva do Araguaia ou nos aparelhos urbanos, algumas nos conventos
dominicanos. E assistiram a tudo pacificamente, com uma única exceção: as
vítimas de sua autoria, algumas assassinadas barbaramente e outras justiçadas
covardemente. Que regime teria sido imposto ao nosso país caso vingasse o
ideário radical dessa minoria?
Neste
contexto, a palavra dos chefes militares está se fazendo necessária e será um
contraponto a possíveis atitudes e ações deletérias, como as agressões no Clube
Militar. O que nós, militares, defendemos não é indisciplina ou qualquer
conluio, nem quebra dos princípios democráticos. Uma palavra que não signifique
um "mea culpa" ou um pedido de perdão. Estivemos, no período da
guerra fria, em combate bipolarizado, no qual os extremistas foram banidos em
todo o mundo em razão de seu objetivo totalitário e único: a ditadura do
proletariado. Correremos riscos, mas eles são inerentes ao processo democrático
e à nossa profissão.
Não se
admite mais este silêncio reinante. Nas redes virtuais, pela simples leitura de
manifestos e artigos oriundos da reserva de nossas Forças Singulares se percebe
que estamos num ponto crítico. A nossa autoestima está em visível declínio,
agravada por outros fatores, entre eles os baixos salários de nossos
subordinados. Dissensões poderão surgir, pois a reserva expressa em muito
pensamento dos soldados da ativa. Possíveis perturbações ou rupturas em nossas Forças trarão
repercussões indesejáveis para o nosso país. Não é possível mais calar. A lei
do silêncio deve ser quebrada!
Romulo
Bini Pereira
GENERAL
DE EXÉRCITO, FOI CHEFE DO ESTADO-MAIOR DA DEFESA
Ser contra a Comissão da Verdade não muito
verdadeira
É SER CONTRA QUALQUER COISA QUE SIGNIFIQUE
UM COMPORTAMENTO INDECENTEMENTE UNILATERAL
Quanta jogadora. 80% da Populacao apoia o Governo que é uma Coalizao do PT. PMDB . PSD . PDT e mais uns 20 partidos.
ResponderExcluirWere EX GENERAL APOSENTADO ESTA SONHANDO contra o comunismo ate hoje. esquecendo que o Brasil e o Mundo depende da COMUNISTA CHINA