Este espaço é desaconselhável a menores de 21 anos,
porque a história de nossos políticos
pode causar deficiência moral irreversível.

É a vida de quengas disfarçadas de homens públicos; oportunistas que se aproveitam de tudo e roubam sem punição. Uma gente miúda com pose de autoridade respeitável, que engana o povo e dele debocha; vende a consciência e o respeito por si próprios em troca de dinheiro sujo. A maioria só não vende o corpo porque este, além de apodrecido, tem mais de trinta anos... não de idade, mas de vida pública.


segunda-feira, 6 de junho de 2011

Favela em estado terminal - reportagem com dados cor-de-rosa



Frase escrita num muro por favelados que não toleram esmolas,
mas não abrem mão das bondades paternalistas do governo,
em troca de seus votos.

Talvez, para  eles,  as benesses governamentais
não sejam esmola, mas uma simples obrigação!


 
Eis aí a imprensa que precisa emocionar os leitores mal informados para vender ‘seu peixe”... estragado. 


Abaixo dos comentários, o artigo completo do UOL sobre a demolição de uma favela que surgiu com a invasão de um terreno entre o trilho do trem e um paredão colocado na época da construção do metrô. Quando o paredão foi derrubado, todos ficaram boquiabertos com o que havia ali.


Alguns detalhes mentirosos, tendenciosos e ‘politiqueiros’:

Apelação chorosa nos trechos que dizem: “a casa que Eomar construiu com o próprio suor”, ‘está prestes a ser demolida’, ‘caminha entre os escombros’.

Não é verdade que a casa de Eomar seja ‘uma das que ainda resiste na pequena favela Metrô Mangueira’.  Mais   verdadeiro e conveniente seria dizer que a casa de Eomar é das muitas que ainda não foram demolidas, embora as fotos na página do UOL dêem impressão contrária.  Para tirarem qualquer dúvida, dirijam-se à Radial Oeste e à continuação da Rua São Francisco Xavier.  Fácil desmentir completamente essa reportagem.

Houve tempo suficiente para terem derrubado toda aquela favela, caso não estivessem preocupados em alojá-los em algum outro lugar e transferir o comércio IRREGULAR que foi criado aliado a suas moradias. Um comércio isento de impostos.

Embora os favelados não saibam(?), o verdadeiro motivo da 'destruição' é a próxima Copa no Maracanã (também em obra). Para sorte de quem tem ali a desvalorização de seus imóveis, COMPRADOS NÃO COM O SUOR DO ROSTO, MAS COM O VERDADEIRO TRABALHO DE QUEM NÃO DEPENDE DOS OUTROS PARA SOBREVIVER.



Interessantes trechos da reportagem dizem que :

1 - a família de Eomar ‘decidiu se instalar ali quando chegou do Ceará’.


2 - Com o início da derrubada das casas,  Eomar  ‘foi obrigado a se mudar com sua mulher para Del Castilho’.  Outra:  ‘Todo mês, ele desembolsa R$ 330 de aluguel para ficar distante 7 km de onde morava’.

Para quem sempre planejou sua vida de acordo com o salário, é difícil compreender onde está a dificuldade em pagar aluguel, o que é natural e um compromisso dos brasileiros responsáveis.  Fora isso, só os alucinados pelo paternalismo doentio encruado acham que morar ao lado do trabalho é um dos seus direitos inalienáveis. Ainda mais agora que a passagem do trabalhador é paga pelo patrão, não por ele. 

Em outro trecho, o artigo fala “Embora ainda estejam de pé as quatro residências de sua família”.  Mais um motivo para nos deixar boquiabertos: a irresponsabilidade ao se multiplicarem como coelhos, mesmo sem condições financeiras de fazê-lo;  e a capacidade de contruir prédio de quatro andares para quem não pode nem pagar um aluguel barato. Talvez Eomar tenha se consultado com o milagreiro Palocci.

Pior é agora:


“Por causa das demolições desordenadas e da diáspora iniciada no final do ano passado, ratos, mosquitos e toda sorte de insetos proliferam em meio a um mau cheiro desconcertante”.

As demolições podem ajudar ratos e baratas, mas todos sabem que sujeira faz parte do design das ‘comunidades’. Mais uma apelação vergonhosa... e muito mal cheirosa da reportagem.

A reportagem ainda tem a coragem de informar que ‘Água, luz elétrica e telefone também são resquícios que ficaram no passado’.  Será que em seu novo endereço Eomar não tem acesso à luz, por exemplo?   Ou será que lá não existe a chance de fazer gatos que propiciam luz de graça?  Vamos apostar:  das duas alternativas, qual é a verdadeira?

‘Não bastassem as condições impraticáveis de habitação, os moradores sofrem também com o aumento da insegurança’.  ‘Desde que a favela começou a ser destruída e largada à deriva num mar de entulho não recolhido, os furtos aumentaram’.   Até parece que, antes de providenciarem a extinção da favela,  segurança fosse uma garantia.  Será? Dêem uma olhada na foto abaixo, todas de 2004.


Ah! Agora, sim! A reportagem se refere aos estabelecimentos comerciais da área!  Aqueles que também foram implantados por meio de invasão e cujos proprietários têm 100% de lucro, pois não pagam a luz que consomem nem os impostos absurdos que invadem o bolso de todo verdadeiro empresário.  Vale lembrar que, tanto em suas casas quanto em seus estabelecimentos comerciais IRREGULARES, quem paga a conta somos nós.  MIAU!!!
Para manter o clima romântico da reportagem do UOL, terminamos os comentários com uma de suas frases na cor de rosa:  

“Os finais de semana com churrasquinho e cerveja na laje de Eomar, de onde se pode ver o Maracanã e até o Cristo Redentor, tornaram-se páginas da memória.”



Uma pena!  Nem com todo esforço consegui chorar!


*

Reportagem choraminguenta do UOL completa:

A casa que Eomar construiu com o próprio suor 18 anos atrás está prestes a ser demolida. É uma das que ainda resiste na pequena favela Metrô Mangueira, na zona norte do Rio de Janeiro. A menos de 1 km dali está o estádio Mário Filho, o Maracanã, futuro palco da final da Copa do Mundo de 2014. Sem saber explicar o motivo da destruição, Eomar Freitas caminha entre os escombros para mostrar a situação do local onde sua família decidiu se instalar quando chegou vinda do interior do Ceará.
Embora ainda estejam de pé as quatro residências de sua família – erguidas uma sobre a outra com o passar dos anos – hoje não há mais qualquer condição de permanecer na favela onde viviam cerca de 600 famílias e hoje sobraram pouco mais de 200. Por causa das demolições desordenadas e da diáspora iniciada no final do ano passado, ratos, mosquitos e toda sorte de insetos proliferam em meio a um mau cheiro desconcertante. Água, luz elétrica e telefone também são resquícios que ficaram no passado. Os finais de semana com churrasquinho e cerveja na laje de Eomar, de onde se pode ver o Maracanã e até o Cristo Redentor, tornaram-se páginas da memória.


Não bastassem as condições impraticáveis de habitação, os moradores sofrem também com o aumento da insegurança. Desde que a favela começou a ser destruída e largada à deriva num mar de entulho não recolhido, os furtos aumentaram. Seja por meio de saques às residências abandonadas, seja por roubos aos estabelecimentos comerciais que margeiam a rua São Francisco Xavier, importante via da Tijuca, na altura da favela.


Além disso, a redondeza se tornou ponto de concentração dos “cracudos”, como são chamados os viciados em crack, que invadem as casas já abandonadas para o consumo da droga. “Eles vão chegando no início da noite, quando já está escuro. Poucos dias atrás, eram mais de trinta”, diz Eomar. Ao entrar em uma dessas casas é possível identificar preservativos usados e copos plásticos queimados pelos usuários de um dos entorpecentes mais agressivos à saúde humana.



Diante desse cenário, o cearense de 35 anos foi obrigado a se mudar com sua mulher para Del Castilho, outro bairro da zona norte do Rio. Todo mês, ele desembolsa R$ 330 de aluguel para ficar distante 7 km de onde morava. Entretanto, todas as noites, ele volta para dormir em sua casa na Metrô Mangueira. “Tenho que defender o que é meu, para que ninguém venha e derrube. Senão, que garantia que eu tenho? Nenhuma”. É assim desde fevereiro.
“Estacionamento para o Maracanã”, “praça de recreação”, “centro comercial”, “efeito vitrine”. Esses são alguns dos palpites dos moradores sobre o futuro uso do lugar onde hoje é a favela. Mas a verdade é que nenhum morador sabe ao certo porque a favela está sendo demolida. Muito menos entendem por que a derrubada é feita aos poucos e de forma espaçada, sem nenhum padrão. Ninguém encontra argumento razoável que justifique a não remoção do entulho. “A gente não entende o porquê da bagunça”, resume Eomar.



Obras atrasadas



Aproximadamente 400 casas já foram postas a baixo. Das famílias que já deixaram o local, cerca de mais de 100 foram transferidas para um conjunto habitacional erguido em Cosmos, bairro da zona oeste da cidade. A Lei Orgânica do Município do Rio de Janeiro, no artigo 429, estabelece que o remanejamento respeite o “assentamento em localidades próximas dos locais da moradia ou do trabalho”. Localizado na avenida Cesário de Melo, 8942, o conjunto de Cosmos está a 43 km da favela Metrô Mangueira.



Outras 248 famílias tiveram mais sorte. Elas receberam novas residências no condomínio Mangueira I, na avenida Visconde de Niterói. Partindo da favela, basta cruzar a passarela sobre a linha do trem e caminhar um pouco para chegar lá. Ali, cada família mora em um apartamento de dois quartos, sala, cozinha e banheiro. Há também uma quadra, um salão de festas e uma pequena área recreativa. O Mangueira I custou R$ 11,7 milhões aos cofres públicos (através do Programa de Arrendamento Residencial, do governo federal) e foi entregue em fevereiro deste ano.



O Mangueira II, condomínio gêmeo, está tomando forma no terreno ao lado. Aparentemente, a obra já está em fase de acabamento, mas não se sabe quando os 248 apartamentos serão finalmente entregues. No local, a reportagem tentou falar com Afonso Celso Pereira Alfredo, gerente responsável pela obra. Através de um intermediário, ele disse que não daria qualquer declaração ou explicação sobre o andamento dos trabalhos. Depois, pelo telefone, Afonso se recusou a esclarecer quando a obra será entregue. Ele disse apenas que “o trabalho está andando bem”. A empresa BR4, construtora responsável pelas obras do Mangueira I e do Mangueira II não quis dar declarações.



O secretário municipal de Habitação, Jorge Bittar, admitiu que as obras do Mangueira II estão com um atraso de três meses. Sobre a situação dos moradores que vivem em meio aos escombros desde fevereiro, o secretário afirmou que a remoção do entulho será providenciada. A reportagem buscou o Instituto 2016, braço da Secretaria Especial Copa 2014 e Rio 2016, do governo municipal, para saber qual será o uso dado à área demolida. Não houve resposta até o momento.



Comércio prejudicado



Os comerciantes do local já sentem na pele e, sobretudo, no bolso, o efeito das desapropriações. Evanda de Souza Paiva, dona de uma vendinha que também funcionava como bar, lamenta a debandada da clientela. Devido ao clima de insegurança, ao cenário arruinado do entorno e à mudança de endereço dos antigos moradores da favela Metrô Mangueira, o movimento despencou. “Quem vai querer beber cerveja e comer batata frita no meio dos escombros?”, questiona.



Dono de uma loja de autopeças há 7 anos, Régis Francisco Paulo de Souza conta que seu faturamento caiu drasticamente desde o princípio da intervenção no local. Ele morava literalmente ao lado do próprio comércio, mas sua casa já foi demolida. Souza foi forçado a se mudar para Cosmos. Ele até elogia a residência na zona oeste, mas reclama de sua atual rotina. “Estou querendo trabalho por lá, mas não posso largar isso aqui. Tenho vindo todo dia para a loja apenas para não roubarem”.



Por causa do estado precário da região, é raro parar algum carro particular no seu estabelecimento. “Só para táxi, e olhe lá”, conta. O comerciante tem uma teoria própria para explicar a confusão na qual se dá a remoção das famílias da favela próxima ao Maracanã. “Quem fez resistência no início está pagando o preço agora”.


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