Este espaço é desaconselhável a menores de 21 anos,
porque a história de nossos políticos
pode causar deficiência moral irreversível.

É a vida de quengas disfarçadas de homens públicos; oportunistas que se aproveitam de tudo e roubam sem punição. Uma gente miúda com pose de autoridade respeitável, que engana o povo e dele debocha; vende a consciência e o respeito por si próprios em troca de dinheiro sujo. A maioria só não vende o corpo porque este, além de apodrecido, tem mais de trinta anos... não de idade, mas de vida pública.


sábado, 28 de janeiro de 2012

A profissão cai junto com os prédios


Sempre que ocorre algum problema que prejudique os chamados "trabalhadores"  (como se apenas os pobres trabalhassem), vem o Governo correndo atrás para  tirar casquinha da desgraça alheia. Promete ajuda, oferece recursos...  Jornais e revistas, seguindo o mesmo método,  se aproveitam da situação, afinal nada vende mais do que a tragédia.

Anteontem, desabaram tres prédios no centro do Rio de Janeiro. Dois de uns  10 e 20 andares e um outro menor que ruiu ao ser atingido pelo desabamento dos outros.

No caso, não há miséria para lamentar.  Embora tenham fotografado um ou outro choro, o assunto principal está voltado para os números,  quem e quantos morreram ou o que teria provocado a tragédia. 

Não comentam nada sobre isso, mas as pessoas não perderam apenas  o espaço, o imóvel, mesmo que estivesse alugado.  Muitos perderam seu consultório, seu escritório, arquivos, documentos, meios de contato.  Perderam o que levaram anos acumulando.   E será preciso outros tantos anos para acumular tudo de novo.

Quanto à culpa ...
Isso nos lembra o caso do Palace II, prédio na Barra da Tijuca (Rio de Janeiro).  O edifício Palace II foi construído pela Construtora Sersan de Sérgio Naya em 1990. A construtora já havia sido processada 4 vezes pela má construção do prédio, que não havia recebido o habite-se da prefeitura.  Depois de parte do prédio desabar, foi implodido.

Um dos sócios da construtora irresponsável era Sergio Naya, morto em 2009.  Porém sua morte não apaga o fato nem a imagem que nos sobrou de quem, um dia, foi deputado.

Carreira política

Em 1986, tentou uma vaga para a assembleia constituinte pelo PMDB de Minas, mas obteve apenas a suplência, vindo a assumir a vaga no ano seguinte, devido à cassação de um deputado por excesso de faltas. Seus negócios então prosperaram ainda mais. Em 1989, enquanto seu amigo Leopoldo Bessone, também deputado pelo PMDB mineiro, era ministro da Reforma e Desenvolvimento Agrário, vendeu a esse ministério um prédio de 21 andares, 7 dos quais interditados pelo Corpo de Bombeiros. A compra foi desfeita, mas as parcelas já pagas ainda não haviam sido recuperadas quase 10 anos depois.

Em 1990, concorreu novamente a deputado federal, sendo o mais votado de Minas Gerais. Sua campanha ficou marcada pelo fato dele chegar de helicóptero a pequenos municípios, onde distribuía máquinas de costura e doava transmissores para rádio comunitárias. Nessa época entrou no ramo de comunicações, chegando a possuir cinco autorizações para retransmitir em Minas Gerais a TV Educativa do Rio de Janeiro (onde em pelo menos uma delas veiculou publicidade, o que é ilegal), além de nove rádios AM e FM.

Obteve um terceiro mandato, desta vez pelo PP, o qual não cumpriu até o final, devido á cassação.
 

Caso Palace II
Tornou-se nacionalmente conhecido depois do desabamento do edifício Palace II, no Rio de Janeiro, em 22 de fevereiro de 1998, que provocou a morte de oito pessoas, além de deixar 150 famílias desabrigadasA construção havia sido interditada pela defesa civil em 1996, quando a obra já estava atrasada, devido à morte de um operário que caíra no fosso de elevador, que apresentara defeito.  Inicialmente, Naya tentou culpar os moradores pelo excesso de carga que teria causado o desabamento. A Construtora Sersan, empresa em que Naya era o principal acionista, porém não era o engenheiro responsável, construiu o edifício e foi acusada pelo Ministério Público de negligência por supostamente ter usado material barato e de baixa qualidade na construção do prédio. A empresa já havia sido processada quatro vezes antes do desabamento pela má construção, que impediu a obra de receber o habite-se. 


Desdobramentos do caso
Depois do incidente com o Palace, Naya foi para os Estados Unidos, mas conseguiu ser localizado algum tempo depois em Miami. Chegou a ficar preso por 137 dias, em duas passagens pela prisão (26 dias na Polinter, no Rio, em 1999, após ser preso em Brasília, pelas denúncias de ser o responsável pelo desabamento e em 2004, em Porto Alegre, por mais quatro meses, quando tentava fugir para Montevidéu),  mas em 2005 foi absolvido por cinco votos a zero do processo criminal que o acusava de causar o desabamento. Ficou comprovado que ele não era o engenheiro responsável pela obra, tendo erro de cálculo do projetista. Quanto ao uso de materiais de baixa qualidade, o laudo não foi convincente o suficiente para a condenaçãoA anulação da condenação ocorreu porque os promotores, ao apelarem da sentença, desrespeitaram o Código Penal, alterando a classificação do crime de doloso (cabível se o prédio tivesse sido construído com o objetivo de cair) para culposo (o crime ocorreu devido à negligência, desatenção ou descaso).

A construtora Sersan havia se comprometido a pagar indenizações às famílias em até 6 meses, o que não ocorreu. Acionado judicialmente, as contas bancárias de Naya foram bloqueadas. Foi condenado a pagar indenizações que variavam de 200 mil a 1,5 milhões de reais a aproximadamente 120 famílias. Para pagá-las, teve seus bens leiloados, mas as execuções judiciais não haviam terminado até o seu falecimento. Sobre a tragédia, Naya declarou que o desabamento foi uma fatalidade e que a associação das vítimas criou uma indústria de danos morais.

 
Em 2008, Naya foi denunciado por fraude à execução por ocasião da venda de um terreno avaliado em 20 milhões de reais de propriedade da LPS Participações e Empreendimentos, na qual em 2007 a Construtora Sersan era sócia majoritária. Dois dias antes da venda, a Sersan foi substituída por outra empresa, impedindo que o dinheiro da venda fosse usado para satisfazer as execuções judiciais em andamento contra a construtora.


Cassação
Logo após o desabamento, o Jornal Nacional da Rede Globo divulgou vídeo de reunião política no interior de Minas Gerais onde o deputado confessa vários crimes, dentre os quais a falsificação da assinatura do então governador, Eduardo Azeredo. Aberto o processo de cassação em março de 1998, a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados aprovou a cassação no dia 31 do mesmo mês, sendo enfim cassado em plenário em 15 de abril de 1998, por falta de decoro parlamentar, com o placar de 277 votos favoráveis à cassação e 163 contra.  Bandido cassando bandido!

Patrimônio e amizades
À época da tragédia do Palace II, estimava-se que Naya possuía milhares de imóveis no Brasil, Estados Unidos e Espanha, uma dezena de carros de luxo, três jatinhos, empresas de mineração e de turismo, além de seus negócios no ramo de meios de comunicação. Vivia numa cobertura cinematográfica de mil metros quadrados, além de ceder imóveis para que cerca de 40 amigos e políticos vivessem gratuitamente. Costumava presentear parlamentares com relógios caros, esteiras de ginástica e até dinheiro para a campanha. Conforme dizia o ex-governador de Minas Gerais Newton Cardoso, "Não sei nada nem a favor nem contra ele. Sei apenas que ele tem boas amizades no Congresso."  (disse tudo!)

Quando tornou-se conhecido nacionalmente, aos 55 anos, continuava solteiro, mas sempre visto ao lado de belas mulheres. Considerado um workaholic, dormia 5 horas por dia, estava sempre cercado de seguranças e tinha fama de truculento, chegando a agredir o então deputado federal Agostinho Valente, que o acusara de envolvimento com o narcotráfico.

Nos últimos anos de vida, tinha como renda a pensão de deputado federal. Planejava, contudo, construir um centro de convivência de idosos e um shopping center em Ilhéus, onde tinha boas relações com o prefeito.

Naya morreu em 20 de fevereiro de 2009 devido a um infarto agudo.



2 comentários:

  1. Sergio Naya e Georgina de Freitas(INSS) tinham ou tem bens em nome de laranjas em Petrópolis. Ela, presa, passava as sextas nas boates em Petrópolis. Só a polícia não sabia.

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  2. Totalmente fora do tópico, mas único jeito de entrar em contato. Prezada, você lê os blogs listados no seu? Este aqui merece ser indicado?

    http://blogdobriguilino.blogspot.com (divertido é que lista só UM blog (todo jeito de ser dele também): http://dilmapresidente.blogspot.com.

    Pega carona aqui para ficar conhecido, afinal na esgotofera quem vai ler?

    Só um toque, falou?

    PS: está por dentro do Retorno dos Anunnaki? rsrs
    blog Lucio Neto

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