Ontem, José Dirceu, em uma 'palestra' (abaixo, na íntegra) em Natal, fez questão de mostrar sua proximidade com o ex-presidente da república e, para isso, não se preocupou em prejudicar a imagem do ex, já tão prejudicada com diversos escândalos, inclusive o MENSALÃO.
O tal ex-ministro, que já deveria estar preso há muito tempo, foi um dos condenados no processo do Mensalão. Ele participou de um debate, na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte, sobre “O legado do governo Lula: oito anos que mudaram o Brasil”. Foi um longo período que mudou, de fato, o país... para muito pior, como ficou provado com o discurso de quem foi condenado pelo STF.
Talvez o condenado pelo STF tenha apostado num povo que troca sua vergonha pelo 'esquecimento', tanto quanto o próprio Partido dos Trabalhadores (PT),
Qual será o verdadeiro objetivo?
"O ato tem o objetivo de discutir os avanços do governo Lula e rebater as críticas da oposição", disse um ""informe petista"" . Esse tipo de evento tem sido muito usado por todo o país para debater junto à militância do PT, esta conjuntura política, e prepará-la para fazer os enfrentamentos da direita conservadora.
Discurso na íntegra (retirado do jornal O Estadão)
O ex-ministro da Casa Civil e ex-deputado pelo PT José Dirceu
participou de uma palestra
para sindicalistas do setor petroleiro da Bahia, na noite de
segunda-feira, 13, em Salvador. Na ocasião, o ex-ministro criticou o que chamou de "excesso de
liberdade" da imprensa brasileira e disse que a
eleição da candidata à Presidência do PT, Dilma Rousseff, "está carimbada"
(EXISTIRÁ
ALGUM "CARIMBO" NAS URNAS ELETRÔNICAS ?), apesar das recentes denúncias de irregularidades no governo
federal. Leia abaixo a íntegra da palestra, publicada nesta
quarta-feira, 15, pelo site do jornal O
Globo:
"A eleição da Dilma é mais importante do que a eleição do
Lula, porque é a eleição do projeto político, porque a Dilma nos representa. A
Dilma não era uma liderança que tinha uma grande expressão popular, eleitoral,
uma raiz histórica no país, como o Lula foi criando, como outros tiveram, como
o Brizola, como o Arraes e tantos outros. A direita teve também aqui mesmo uma
liderança que foi o próprio ACM, independente do fisiologismo, do abuso de
poder, contudo era uma liderança popular, tanto é que era popular na Bahia (MERA CONSTATAÇÃO OU ELOGIO?). Tinha força
político-eleitoral. Então, ela
é a expressão do projeto político, da liderança do L--- e do
nosso acúmulo desses 30 anos, porque nós acumulamos, nós demos continuidade ao
movimento social.
Se nós queremos aprofundar as mudanças, temos que
cuidar do partido e temos que
cuidar dos movimentos sociais, da organização popular.
Temos que cuidar da consciência política, da educação política e temos cuidar
das instituições, fazer reforma política e temos que nos transformar em maioria. Nós não
somos maioria no país, nós temos uma maioria para eleger o presidente até
porque fazemos uma aliança ampla. Vamos lembrar que nossa aliança é PC do B, PDT, PSB, PMDB, PT,
PRB e PR . Eu digo assim das grandes expressões, dos partidos
que têm força política-eleitoral.
O PP é um
partido de centro-direita, muito regional, é verdade, não tem
nacional, tanto é que só tem um senador, governador talvez não eleja nenhum.
Independente de nós termos essa coalização (PALAVA INEXISTENTE, AO MENOS ATÉ
AGORA) o PT é
a base dela. A mídia agora já começa a discutir a nossa política, se vai fazer
ajuste, se não vai; se vai estatizar ou não vai; se vai fazer concessão ou não
vai. E começa a discutir se o PT está sendo desprestigiado ou não. Aquilo que
nós temos de maior qualidade, que é o L---, eles querem apresentar como
negativo, porque o L--- é
maior que o PT. Eles é que não têm ninguém maior que o
partido deles.
Ainda bem que nós temos o L---, que é duas vezes
maior que o PT. Mas nós temos que transformar o PT num partido (inaudível). O
PT teve 17% de voto em 2002/2006 para a Câmara, que calcula a força de um
partido no mundo todo. Não é o voto majoritário. Vai ter agora 21, 23%, eu espero, tudo
indica. Tem
que ter 33% em 2014. O PT tem que se renovar, tem que abrir o
PT para a juventude (aplausos).
Eu dou o exemplo do Padilha, que há alguns anos era dirigente da
UNE, era médico voluntário social no Pará, estava fazendo trabalho social como
médico, e hoje é ministro de um dos ministérios mais importantes que tem. O
Orlando, do PC do B, Orlando Silva para não ficar só no PT, que aliás é nosso,
era presidente da UNE alguns anos atrás... O Lindberg, que vai ser senador agora. Então, nós temos que voltar a
transformar o PT em uma instituição política. Uma instituição política tem
valor, programa, instrumentos, sedes, atividades cultural, social, tem recursos
que auto sustentam, com o fundo partidário, porque nós temos que defender que
existe o fundo partidário.
O fundo partidário brasileiro teria que ser duas, três vezes
maior, que é a média do mundo. Então, nós temos que transformar de novo o partido, para o
que ele foi criado. É lógico que o PT é um grande partido político, tem força
político-eleitoral, social. Nós já temos um acúmulo de políticas públicas, de
experiência. Então, nós temos
que fazer essa mudança no partido. Essa é a principal. E consolidar as nossas
organizações populares, porque eles estão consolidando a deles.
Você viu que agora eles criaram, eles estão criando através das empresas
instituições para fazer disputa político-cultural e político-eleitoral,
fundações, centros de estudo. Fora o que eles têm da mídia, do poder econômico.
Podem observar. E estão mandando as pessoas para o exterior.
Agora mesmo tiveram uma série de bolsistas, jornalistas, que vão
para os Estados Unidos, inclusive este que escreveu essa última matéria da "Veja". Nós
temos que fazer isso também. Mas nós temos que fazer sempre com
alianças. Uma coisa que eu sempre defendo: nós vamos criar um jornal do sindicato,
do partido? Não. Porque quando nós falamos aqui dos grupos econômicos, do
empresário brasileiro, nós temos que lembrar a etapa que nós estamos vivendo, o
momento histórico que estamos vivendo.
PERGUTEM AOS PETISTAS:
"VOCÊS LÊEM?"
SE LESSEM NÃO DIRIAM AS
BESTEIRAS QUE DIZEM
NEM DEFENDERIAM A BANDIDAGEM
COMO DEFENDEM.
Nós não podemos fazer política sem olhar a história do Brasil e
o acúmulo de forças e o crescimento nosso. Nós não vivemos um período em que
nós somos hegemônicos na sociedade, que nós temos maioria na sociedade, muito
menos um período ou ciclo revolucionário no mundo. Nós vivemos um ciclo no
mundo de grande defensiva, de grande (inaudível) do movimento socialista internacional.
de repensar o socialismo, nós
temos Vietnã, China, Cuba nós temos que olhar para tudo isso.
Quando nós pusemos o Alencar como vice do L---, nós ganhamos a
eleição. Como nós ganhamos essa eleição quando o PMDB não ficou com o PSDB.
Aquele movimento anti-Renan
Calheiros, anti-Sarney... vocês não vão acreditar que eles são éticos, né?
Eles, evidentemente, o que queriam era romper a aliança nossa com o PMDB. Um
mês depois, o Serra estava fazendo aliança com o PMDB.
O presidente estava indicando o vice, porque em 2002 a Rita Camata foi a
vice dele. Nós criamos uma
distensão no PMDB, foi o Jader, o Sarney, o próprio Quércia em São Paulo,
o Itamar em Minas Gerais, foi um trabalho que nós fizemos, o Eunício no Ceará.
30%, 40% apoiou o L--- já no primeiro turno e, depois, no segundo turno,
ampliou isso. O Rigotto no Rio Grande do Sul. Nós colocamos uma cunha dentro do
PMDB. O que eu quero dizer é o seguinte: as alianças não são
político-partidárias, não são parlamentares. As alianças são na sociedade. O parlamentar é a expressão.
Nós, quando fizemos a aliança com o Zé Alencar, nós fizemos a
aliança com (inaudível), empresário. O Zé Alencar, apesar de ser um grande
empresário, de ter sido presidente da Federação da Indústria de Minas várias
vezes, vice da CNI, e de ser um líder - ele é um líder, não era um burocrata
sindical - porque também tem os pelegos sindicais, não é só nós que temos esse
problema. Eles também têm as burocracias sindicais deles, poderosíssimas. Aqui
vocês conhecem no Nordeste muitas federações e confederações que têm muitos
empresários. O Albano Franco,
por exemplo. O nosso aliado, Armando Monteiro Neto está saindo agora, vai se
eleger senador, tudo indica. Como aqui, nós vamos eleger os dois lá.
Qual era a aliança? Aliança produtivista, nacionalista,
desenvolvimentista e aliança de voltar para dentro, para o mercado interno, de
decolar o Brasil no mundo, e a sociedade entendeu isso (TOMARA QUE TENHA ENTENDIDO, DA
MESMA FORMA QUE A EUROPA JÁ ENTENDEU!). As alianças são, no fundo, expressão de programas
econômicos e de políticas de investimento. E o estágio que nós vivemos no Brasil é de reorganização do
Estado nacional. Porque ele foi desmontado durante 20, 30 anos.
Ele sempre foi golpeado pela direita. Tudo o que o Getúlio fez, o Dutra assumiu
e desmanchou. Tudo o que nós tínhamos construído em 40 anos, a ditadura militar
começou a desmanchar (ESQUECEU DE DIZER QUE O PT DESMANCHOU TUDO O QUE FIZERAM OS
GOVERNOS ANTERIORES E TRANSFORMOU O PAÍS NUMA BAGUNÇA GENERALIZADA). Mas aí dentro das Forças Armadas
assume uma ala do governo que tem uma visão nacionalista estatal também, que
foi o governo Geisel, que é um governo ditatorial, mas não antinacional, não é
um governo privativo.
O BNDES está consolidando, fundindo a base dos setores, senão
nós não conseguimos competir no mundo, como foi (inaudível). Nós temos que
fortalecer o Brasil, o estado, a política econômica e distribuir renda, acabar
com a pobreza e resgatar de novo o papel do estado no Brasil. E vamos ter que
reformar a burocracia brasileira que nós só começamos. Não é verdade essa
"discurseira" do Serra. Fomos nós que voltamos a fazer planos de
cargos e carreiras, que voltamos a valorizar o servidor, a dar condições de
novo. Eles falam: os sindicalistas dirigiam as empresas estatais. É verdade, nós indicamos sindicalistas mesmo.
Agora, vamos ver o balanço da Funcef nos oito anos do Fernando Henrique e nos
oito anos do L---, vamos ver a Petrobras nos oito anos do Fernando Henrique e
nos oito anos do L---, o Banco do Brasil nos oito anos do Fernando Henrique e
nos oito anos do L---. Saneamos a empresa, recuperamos a gestão e a eficiência,
não fizemos nenhum investimento como eles fizeram vários absolutamente
desastrosos. (..)
(...)Reforma política e educação, quer oportunidades, evidente
que é um pouco mistificação
dizer que você vai dar igualdade oportunidade na educação você
viabiliza uma maior igualdade social na sociedade. Depende das outras
condições. Mas é evidente
que a educação é fundamental. Nós estamos mal nisso. Nós
fizemos muito no nosso governo, mas vocês sabem, nós temos filhos nas escolas,
nós sabemos disso. Nós conhecemos, somos professores, muitos de nós e sabemos da situação.
É como policial militar, um agente da PF ganha inicial quase 9
mil reais, agente, não o delegado, que ganha 13, 14 mil. Quanto ganha uma
professora de fundamental? Agora nós demos um piso de 1.200 reais. Na verdade,
esse piso tinha que ser 2.500, para começar. Então, olha como nós temos que mudar. O
orçamento da educação multiplicou por três, que é o dobro tirando a inflação.
Mas como a Dilma diz tem que investir 7% do PIB na educação. Como nós vamos ter que reestruturar a saúde pública
também, consolidar o SUS e aperfeiçoar, porque a situação ainda é muito difícil
na saúde pública. Você vai num posto de saúde, o Brasil tem
melhorado muito nestes dez anos, mas tem muito o que melhorar. (TIVERAM OITO ANOS PARA MUDAR O
QUE PRECISAVA SER MUDADO E SÓ ESCULHAMBARAM AINDA MAIS!). Lógico que nós mudamos muito (MUDOU PRINCIPALMENTE O
BOLSO DESSA GENTALHA QUE SE TORNOU BILIONÁRIA ÀS NOSSAS CUSTAS).
A política, o que a
direita faz? Quem pode ter
poder? Primeiro o poder econômico, as forças armadas. As forças
armadas estão hoje profissionalizadas, o poder econômico se aliou com qual
poder? Com a mídia. E qual é o poder que pode se contrapor ao poder econômico e
ao poder da mídia no Brasil? É o poder político, que tem problemas graves de
fisiologias, de corrupção, tem desqualificação, mas eles não fazem contra o
poder econômico e da mídia, quando surgem problemas de corrupção, de problemas
graves, o tipo de campanha que eles fazem contra o parlamento e contra os
partidos políticos.
Mesmo levando em conta os graves
problemas de nosso sistema político, problema de caixa 2, os graves problemas
de corrupção que têm na administração pública, em grande parte para financiar
campanha eleitoral, porque o sistema está apoiado nisso, no
poder econômico. Não tem campanha de menos de 3 ou 5 milhões de reais, 7 ou 8
milhões hoje no Brasil. Campanha de governador é 40,50,60. Campanha de presidente é 200, 300 milhões.
Ora, quem vai financiar isso?
As pessoas físicas? Não, as empresas. Aí começa: nomeação dirigida, licitação
dirigida, emenda dirigida, superfaturamento, tráfico de influência. Não é que
vai acabar, mas o financiamento público, o voto em lista, mandato talvez de
seis anos para senador. Nós
temos que repensar o sistema político brasileiro. E nós somos o
maior interessado porque a direita está usando isso para desqualificar a
política e para afastar o povo da política. (...)
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Opinião dos leitores