VAIDADE x HUMILDADE - 24/10/2007
Se comprado apenas pelo que diz para divulgação, até que L--- parece bonzinho quando quer.
BOM MOÇO - L--- quis parecer bonzinho em Fortaleza, na semana passada, ao responder perguntas sobre a hipótese de o PSB lançar Eduardo Campos, atual governador de Pernambuco, para concorrer à sucessão de Dilma em 2014. "Não podemos impedir as pessoas de fazerem o que é do interesse dos partidos", disse L---, o cordato.
FALSO DEMOCRATA - Foi adiante: "Defendo a liberdade incondicional de cada partido de fazer o que bem entenda. Se não fosse assim, o PT não teria chegado à presidência da República. Portanto, eu jamais tomaria qualquer atitude para impedir que um companheiro fosse candidato a presidente".
PATRIOTA - Do alto de sua experiência, sugeriu, bondoso: "O ideal é que a gente consolide as forças que estão mudando este país".
ALTRUÍSTA - Por fim, elogiou o próprio Eduardo: "Ele é uma personalidade que pode desejar qualquer coisa que ele quiser neste país. O meu papel é fazer todo o esforço para que a gente esteja junto. Temos que construir uma aliança muito forte".
ME DÁ, MAS EU NÃO TE DOU... - Eduardo apoiou L--- em quase todas as eleições presidenciais disputadas por ele. L--- só apoiou Eduardo para que ele se reelegesse governador.
No ano passado, Lula e Eduardo haviam combinado que o deputado Maurício Rands, do PT, seria o candidato dos dois a prefeito do Recife. O PT controlava a prefeitura há 12 anos.
Um dia, Eduardo ficou sabendo que Lula tinha entrevista marcada em uma emissora de rádio para anunciar a candidatura a prefeito do senador Humberto Costa (PT). Foi nessa ocasião que a boa relação entre os dois começou a ir para o buraco. (MENTIRA OU CONTROVÉRSIA?: meu papel é fazer todo o esforço para que a gente esteja junto)
...
MENTIRA COM PERNA CURTA - L--- ainda tentou negar que tivesse alguma entrevista marcada para anunciar o nome do novo candidato do PT a prefeito do Recife. A conversa que começara formal terminou azeda. Eduardo atraiu todos os partidos que apoiavam o PT e elegeu um prefeito do PSB.
Desde então, ele e Lula nunca mais se viram ou se falaram.
À Dilma, recentemente, Eduardo disse que somente no próximo ano o PSB se posicionará sobre a eleição presidencial. Adiantou que o partido tende a disputar a eleição com candidato próprio, mas que não poderia garantir que o fará.
Dilma foi hábil. E renovou seu desejo de contar com o apoio do PSB - seja no primeiro ou num eventual segundo turno.
De lá para cá tudo desandou.
CANALHICE POLÍTICA GENERALIZADA - O PT apertou Lula para que ele apertasse Eduardo. Lula apertou os irmãos Gomes (Cid, governador do Ceará, e Ciro) para que eles ameaçassem rachar o PSB.
Sem candidato forte ao governo de Pernambuco, o PT acenou para Fernando Bezerra Coelho, ministro da Integração Nacional por indicação de Eduardo. Fernando lançou uma nota de quatro linhas negando o aceno.
Eduardo sabe que Fernando quer sucedê-lo. E que poderá aderir ao PT.
Em 1986, então secretário de Estado do governo Roberto Magalhães, do PDS, Fernando largou o cargo para apoiar Arraes, candidato a governador pelo PSB. Em 2002, mudou-se para o PMDB e apoiou Jarbas Vasconcelos, que quatro anos antes vencera Arraes. Finalmente, em 2006, voltou ao PSB para apoiar Eduardo, candidato ao governo.
A ofensiva do PT contra Eduardo põe em risco duas condições essenciais à consolidação da candidatura dele a presidente: a unidade do PSB e a unidade das principais correntes políticas de Pernambuco.
Caso Fernando acabe no PT para disputar o governo, sua candidatura subtrairá parte da força da ampla coligação partidária que sustenta a ambição presidencial de Eduardo. L--- sabe disso. E por saber...
...
MEDO: Eduardo é da base de apoio e tira votos de Dilma. De resto, desmancha o cenário considerado ideal por L--- para ganhar outra vez: PT, apoiado por um monte de partidos x PSDB quase só.
Eduardo deixaria a base do governo na companhia de outros partidos. Nenhum partido parece disposto a trocar Dilma por Aécio.
Eduardo mete muito medo no PT. A pecha de direitista, privatista e anti-Lula não gruda nele. É preciso, portanto, sufocá-lo logo de saída. Todas as armas serão usadas para isso.
Muitos alegarão que o artigo acima é apenas a opinião pessoal de um jornalista, porém todos sabem que "onde há fumaça há fogo". Além disso, jornalista algum arriscaria sua credibilidade ao fazer comentários baseados em mentiras.
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