O artigo de Guilherme Fiuzza ("Passeatas de feriado acabam em pizza"), escrito numa revista nesse fim-de-semana, foi um grande erro.
De início, considerou a manifestação como um fracasso, pois, segundo ele, terminou em pizza, o que não é verdadeiro.
A manifestação contra a corrupção, que ainda está no início, é uma mobilização social e não política, como foi o caso da passeata dos caras-pintadas. E todos sabemos que a capacidade dos políticos para 'angariar' enorme número de pessoas é tão grande quanto cara. Além disso, o fato de brasileiros, até então passivos, se animarem a ir às ruas diversas vezes, para demonstrar seu descontentamento com a situação indecente atual, já é motivo para orgulho de todos nós. Motivo para qualquer colunista bem intencionado procurar incentivar a manifestação ao invés de denegri-la.
O colunista poderia até pensar dessa forma, afinal cada um tem o direito de pensar da forma que quiser, mas jamais poderia colocar esse tipo de pensamento numa revista para que muitos lessem. Sendo colunista, Guilherme Fiuzza sabe o impacto da mídia e seu poder de convencer determinados leitores de que preto é branco.
Para os incrédulos ou os antipatizantes do movimento todas as ruas deveriam ter sido invadidas e bloqueadas por manifestantes. Ao pensar assim, em relação a um movimento que está começando, estão agindo como se exigissem de um bebê que ele dançasse tango. Certamente quem pensa assim, nem compareceu à manifestação "para bloquear as ruas".
Trechos infelizes do artigo de Guilherme Fiuzza:
- novos ativistas da ética vão fazendo seu chamado pelas redes sociais, varrendo o país com uma nova onda: a rebeldia inofensiva. É natural que a 'rebeldia' do movimento seja inofensiva, afinal não faz parte de nenhum grupo Var-Palmares.
- Os parlamentares poderiam ter devolvido a pizza aos manifestantes, simbolizando "os protestos que não dão em nada".
- ... esses desfiles são diversão garantida. Mais confortável assistir pela televisão a esse carnaval fora de época. Só a incredulidade no seu próprio poder, como povo, ou a péssima intenção vê a mobilização contra a corrupção como um carnaval.
- assistir, numa boa, a um protesto genérico "contra os corruptos" (talvez os de Marte). Mas é claro que é genérico, pois é tão genérico quanto a safadeza que abrange o Congresso, o Tribunal de Justiça, o STF e todos os órgãos a eles vinculados. Impossível não ser genérico!
Quanto a um provável problema alimentício que abala o colunista, podemos até dizer que a mobilização foi, de fato, uma enorme pizza, uma pizza tamanho família, crocante, com queijo derretendo e muito molho. Mas, fazer o quê, não é mesmo? Quem não gosta de pizza... que coma alface.
Não devemos fazer publicidade do que certos imbecis dizem.
ResponderExcluirOi, Alberto. Também acho. Por isso não coloquei o texto inteiro nem o nome da Revista.
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