“Livre pensar é só pensar” (Millôr)
"Pensar é ser livre." (Marcos Pontes)
Só mesmo quem foi completamente livre durante a maior parte de sua vida,
sabe o enorme valor que tem a liberdade.
Apresentação
“Brasileiros 2.1 – De boca aberta
Entre duzentos milhões, somos
apenas vinte e um. Dos 27 estados da
União e o Distrito Federal, estamos em 8. Somos poucos, mas não somos o pequeno
exército de Brancaleone. Não somos escritores profissionais, jornalistas
renomados e nem expoentes aclamados no país inteiro dentro de nossas áreas de
atuação. Somos brasileiros comuns.
Por que, para que e como, então,
juntar nessas páginas cidadãos tão diferentes e distantes? Temos algo em comum: o gosto pelo noticiário
político nacional, a evolução (?) do nosso quadro político, desejo e respeito
pelas instituições democráticas, o aprimoramento da máquina estatal, a
esperança por uma reforma política profunda e não apenas as maquiagens
casuísticas tecidas de tempos em tempos para fortalecer ou enfraquecer esse ou
aquele político ou partido.
Reconhecemos de longe o mau
cheiro dos vício de nossa política político-partidária, dos conchavos imorais
acordados no escurinho suspeito dos gabinetes, dos escritórios, das salas
inacessíveis por mortais cidadãos nos palácios.
Mas não passamos de manipuláveis e manipulados pagadores de impostos a
quem são dados apenas dois direitos” pelos mandatários desse enorme feudo
dividido em capitanias hereditárias chamado Brasil: pagar e esperar. Pagamos
por tudo, da “certidão para nascer à concessão para sorrir”, como cantou Chico
Buarque (na página acima, música e letra). Pagamos por tudo (*) e pelo quase
nada que recebemos em
troca. Pagamos pela educação universal de qualidade que nos é
devolvida em escolas mal arrumadas, professores mal preparados, diretores eleitos
ou indicados entre os muitos que não querem envolver-se em política ou com as
dores de cabeça que o cargo oferece em troca de um falso status quo. O
que leva quem pode a pagar de novo para que os filhos tenham uma instrução
menos ruim.
Pagamos pela saúde universal e de qualidade e recebemos
corredores cheios, médicos mal remunerados, filas seculares para se conseguir
exames clínicos ou laboratoriais que deveriam ser rotineiros, abnegados
socorristas insatisfeitos com seus salários e condições de trabalho. Falta de medicamentos e de equipamentos. O que leva a classe média que tenha condições
financeiras (ser classe média não significa ter conforto financeiro da mesma
forma que eleições não significam democracia, a despeito do que possa pensar, e
pensa, a massa desavisada que não se dá ao trabalho de analisar as informações
que recebe diariamente em rasos telejornais ou conversas de botequim) a
contratar planos privados de saúde suplementar escorchantes tanto quanto os
quase 405 de impostos religiosamente cobrados pelos governos das três esferas. (OS IMPOSTOS QUE AVIDAMENTE NOS SÃO COBRADOS SÃO DESVIADOS DE MANEIRA INDECENTE)
Pagamos pela manutenção das vias
de transporte terrestre, aéreo, fluvial ou marítimo, mas temos que complementar
com taxas de embarque, pedágios, bilhetes e seja lá o que de mais
inventarem. O transporte urbano de massa
é tão inapropriado e ineficiente para as realidades regionais em quanto eu,
para agradar a indústria automobilística, grande financiadora de campanhas
eleitorais, impostos, impostos são reduzidos, o crédito é facilitado e as
financeiras bancam sem grandes empecilhos a compra de automóveis que as ruas e
estradas tornam-se aglomeradas de veículos habitados por um único usuário,
levando um cidadão a ocupar, sozinho, em média, 6 m2 de área para locomover-se, uma vez que a
segurança caótica na maior parte das cidades, evitando-se a prática saudável da carona solidária, mote de
altas campanhas publicitárias no final da década de 70 e início da 80 do século
passado. Nunca se sabe se o sujeito no
banco ao lado agradecerá a carona ou roubará seu carro ao final do trajeto.
Não nos reunimos neste livro por
conta de nossas afinidades político-ideológicas ou partidárias. A nenhum foi perguntado em quem votou, se tem
filiação partidária ou em quem votará nas próximas, se gosta deste ou daquele político, onde mora ou
onde ou onde não moraria, qual sua cor de pele (que os imbecis chamam de raça),
credo religioso, orientação/opção sexual, aparência física ou seja lá o que
for, para fazer parte deste projetinho despretensioso. Dois foram os pré-requisitos: saber escrever
e conhecer a realidade nacional.
Cada co-autor escolheu o subtema
a explorar e o resultado demonstra que há muito a ser dito sobre o Brasil pelos
brasileiros.Fala-se aqui sobre ideologia, legislação sobre licitações, a nova esquerda
ou quase isso, as redes sociais e sua influência na política nacional, defesa
nacional, a história política nacional, a ausência da participação popular nas decisões
políticas, cidadania, a falsa democracia, a negativa do cidadão sem má índole
em candidatar-se, política nacional propriamente dita, a corrupção lulo-petista
como política de estado,educação, o modismo como lavagem cerebral da massa, as mentiras
e os perigos cíclicos, voto distrital, o voto obrigatório, a utópica igualdade,
a ausência dos valores morais e mais uma infinidade de subtópicos.
Não há aqui pretensão de ensinar ou
impor idéias ou ideologias, convencer ou dissuadir, brigar ou pacificar, ofender
ou agradar, concordar ou discordar, enaltecer ou destruir. Tudo o que queremos é falar. Exercitamos nessas páginas nosso
sagrado direito de livre pensar, livre expressar. Daí o subtítulo da obra: “De boca aberta”.
Abrimos aqui nossas bocas pelas teclas
de nossos computadores. Não para comer, beijar, morder ou cuspir, mas, tão somente,
para falar. E continuaremos falando mesmo depois do leitor
olhar para a contra capa depois da última página do último texto. Mesmo depois deste livro passar a adormecer esquecido
em alguma prateleira empoeirada ou ser emprestado sem esperando do dono de vê-lo
devolvido ou mesmo que ele jamais seja aberto para a leitura. Continuaremos pensando,
analisando e lendo, seguindo a dica antiga de Millôr Fernandes, um daqueles poucos
que sabiam pensar por conta própria: “Livre pensar é só pensar”, ao que acrescentaria:
Pensar é ser livre. Isto não pode ser enclausurado e ainda paga impostos. O livro, sim, paga impostos, mas não o que nele
está escrito e isto é liberdade.
Pense, leitor. Mas não guarde para si. De nada vale uma boa ideia ou o mais genial pensamento
se não lhe for dado o livre caminho do som ou do papel para que se espalhe.
Marcos Pontes
Coordenador e idealizador
do livro
“Brasileiros 2.1 – De boca aberta
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