Tiago Dória - entrevistas, retrospectiva
Artigo completo: http://www.tiagodoria.com.br/coluna/category/entrevistas/page/2/
Trechos das entrevistas de 2007 - Algumas delas:
Na época de festas, o blog diminui o ritmo. As atualizações ficam menos constantes, embora continuem. Tiago separei alguns dos melhores trechos das entrevistas que foram feitas no ano 2007.
“Ainda a Internet é ‘manuseada’ como se fosse mídia tradicional, com mensagens de cima pra baixo (top down). Mas as empresas começam a se abrir e a perceber que é necessário virar esse jogo. E, em breve, veremos muito mais blogs corporativos recheando o dia-a-dia das corporações”.
Leandro Meireles, do blog Sampaist
“Acho que o que ainda falta, e que vamos demorar para atingir, é a diversidade editorial e a respeitabilidade que os blogs têm nos EUA. Os blogs brasileiros precisam furar e pautar mais a mídia”.
“Aqui no Brasil, ainda são raros os casos de blogueiros que produzem conteúdo inédito jornalístico, com entrevistas e matérias elaboradas pelos mesmos. Por outro lado, a blogosfera é um ambiente desvinculado dos interesses ideológicos de uma empresa jornalística, dando a um jornalista a possibilidade de elaborar suas próprias pautas”.
“O erro, na verdade, não é esse; o equívoco é achar que o que separa os blogs é a fronteira do idioma [...]. Em primeiro lugar, o que separa os blogs é a fronteira cultural. E o idioma está incluído na cultura, junto com uma data de outros componentes bem complexos (como “identidade”, por exemplo)”.
Resposta: De jeito nenhum. Apesar de eu trabalhar desenvolvendo e dando manutenção a ambientes colaborativos há vários anos, só recentemente comecei a me envolver com blogs. É uma ferramenta incrivelmente simples e que propicia uma experiência libertadora: a de conversar com audiências. Se você se interessa verdadeiramente por um assunto, o blog é a melhor maneira para você encontrar interlocutores, e isso pode aumentar muito o capital social de uma pessoa.
P.: Você comenta que saber ler e escrever são condições básicas para aproveitar a comunicação em rede. Neste sentido, como você vê o projeto do laptop de US$ 100?
Antes do boom da internet comercial, em meados dos anos 1990, os profissionais que mediam o interesse dos consumidores não botavam fé na web. Nada em suas pesquisas indicava que um número significativo de pessoas trocaria o controle remoto e o sofá na frente da TV pelo desconforto da cadeira, do teclado e do monitor como forma de entretenimento.
R.: Meu amigo André Passamani me contou que viu crianças de rua pedindo aos clientes que saiam de uma lanchonete do Mac Donalds, não esmolas, mas a nota fiscal da compra para elas poderem acessar a internet.
Tenho um amigo que se referiu ao SoulSeek, um site de troca de arquivos de música, como uma ferramenta de conhecimento pela qual ele explora coisas – peças de arte, palestras, livros em audio – que de outra forma ele dificilmente teria acesso. Eu acredito que o projeto do laptop de US$ 100, se implantado, terá um impacto muito mais profundo que teremos condições de perceber no curto prazo.
A internet dando poder às pessoas
P.: Em todo o livro você escreve sobre mídia social a partir das limitações e necessidades do mercado e do usuário de internet no Brasil. Em relação às mídias sociais e colaborativas, de forma resumida, o que funciona lá fora e que não dá certo aqui? E por quê?
R.: O brasileiro dá muito valor ao relacionamento. Coisas que sejam objetivas e impessoais talvez interessem menos do que ferramentas que estimulem os participantes a criar e cultivar vínculos. Por exemplo, o projeto Viva São Paulo está no ar desde 2004 e nesse período, internautas de todas as idades publicaram espontaneamente mais de seis mil relatos biográficos relacionados à vida na cidade de São Paulo. E eles fazem isso não para se sentirem importantes, mas para lembrar coletivamente. Um fragmento de memória repercute no grupo de participantes e elas vão recuperando partes de suas histórias que ficaram perdidas no tempo. Um dos elementos fundamentais desse site é o espaço de comentários. É lá que as pessoas se relacionam.
Ainda existe o medo da superexposição, dos comentários negativos e falta enxergar blogs como meios eficientes de divulgação e construção de imagem.
P.: A partir desses números da blogosfera brasileira [um preview], como você vê o futuro dos blogs e das redes de relacionamento aqui, no Brasil?
R. : Falta muito para crescer. Faltam profissionais capazes de entender a mudança de comportamento que a blogosfera e as redes promovem, e falta uma compreensão maior sobre que objetivos se pretende atingir com uma ação na Internet.
Ainda a Internet é “manuseada” como se fosse mídia tradicional, com mensagens de cima pra baixo (top down). Mas as empresas começam a se abrir e a perceber que é necessário virar esse jogo. E em breve veremos muito mais blogs corporativos recheando o dia-a-dia das corporações.
8/01/2013 | 16:14 Claudio Humberto
ResponderExcluirHacker divulga dados de mensaleiros
Um hacker divulgou nesta terça (8) uma página com os dados pessoas dos mensaleiros José Genoino, Delúbio Soares e José Dirceu. Os três foram condenados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no julgamento do mensalão – esquema que consistia na compra de votos no Congresso Nacional para favorecer o governo do ex-presidente Lula. O hacker tornou público os telefones, endereços, e-mails e até os CPFs dos condenados. Os dados já foram espalhados na internet por meio do Twitter. "Isto é só o começo. Muitas coisas ainda virão. Poucos perceberam, mas no texto que fiz, eu coloquei a database do planalto.gov.br. É certeza que dados de muitos outros envolvidos no mensalão serão divulgados", disse o hacker em entrevista ao Estadão. "O Brasil viveu um dos momentos mais constrangedores de sua história”, completou ele ao justificar a divulgação dos dados.