Laranja madura - PARTE II

Para ajudar nossa "tolerância":

Teste 1

1º Passo:  escolha um palavrão inicialmente inaceitável para os ouvidos .

2º Passo:  posicione-se  em frente ao espelho, com o cabelinho arrumado e um baton impactante.   Ou com a barba bem feita e um lindo terno e gravata. Tudo que lhe  dê uma aparência elegante e agradável, com o objetivo de amenizar o som do que será ouvido.   

3º Passo:   Diga o palavrão escolhido, de forma bem natural.  Assim como se estivesse dizendo lindas  palavras como  amor, perdão, ética ou qualquer outra de sua preferência.

4º Passo:  Repita ao menos vinte vezes, diariamente, pelo tempo necessário a deixar que seus ouvidos se acostumem e passem a aceitar tal palavra de baixíssimo calão.

Após um tempo verá que a palavra deixará de parecer tão horrorosa, fazendo parte, inclusive,  do seu vocabulário.   "Maria, que P. é essa?"  "Pedrinho, pega o C. daquele livro pro papai."   "Seu João, a M. daquele jornal já chegou?

Quando chegar a esse ponto, pode descansar e parar de fazer o teste, pois ele já terá dado o resultdo esperado . 

Teste 2

1º Passo:  Compre as laranjas mais maduras que encontrar.   

2º Passo:  Pegue uma laranja podre, bem estragada e coloque-a junto com as outras.

3º Passo: Tenha o cuidado de colocá-las no refrigerador.

Após alguns dias, verá que quase todas estarão estragadas e  com o mesmo destino: a lata de lixo.

Teste 3 - Este teste é dificílimo pela quase impossibilidade encontrada logo no primeiro passo.  Vamos, então, apenas imaginar o que poderia acontecer:  é eleita, para qualquer cargo político,  uma pessoa bem próxima, extremamente confiável, decente e de bons princípios.  

Veremos as várias etapas de seu comportamento:

1 - Algumas vezes, comenta uma ou outra atitude desonesta em seu novo meio de 'trabalho' , visivilmente horrorizado .

2 - Passa a não comentar  mais nada ou,  quando o faz, não demonstra a mesma perplexidade anterior.

3 - Aos poucos passa a narrar algumas falcatruas de maneira natural, como se estivesse contando um fato simples que ocorreu no bar da esquina.

4 - Quando ouve crítica a um fato que saiu no jornal, como ele mesmo fazia antes de se eleger, procura justificar seu colega envolvido na sacanagem.

5 - Conta a maneira como conseguiu uma 'remuneração' extra e desonesta, mesmo não sendo necessária.

Sendo assim...

... fica provado que o que é chulo ou já está bichado precisa ser afastado para evitar contaminação.

Resumindo: para evitar qualquer contaminação, seria necessário esvaziar o cesto imundo que existe em Brasília e começar do zero.  Do contrário, nem elegendo pessoas sérias conseguiremos dar dignifidade ao antro em que se transformou o Congresso Nacional.

Perdão pelos erros ortográficos na imagem acima. 

Foi caso de pura contaminação.