Este espaço é desaconselhável a menores de 21 anos,
porque a história de nossos políticos
pode causar deficiência moral irreversível.

É a vida de quengas disfarçadas de homens públicos; oportunistas que se aproveitam de tudo e roubam sem punição. Uma gente miúda com pose de autoridade respeitável, que engana o povo e dele debocha; vende a consciência e o respeito por si próprios em troca de dinheiro sujo. A maioria só não vende o corpo porque este, além de apodrecido, tem mais de trinta anos... não de idade, mas de vida pública.


quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Outubro amargo, o inferno astral de Lula

 

Outubro amargo?

Por Percival Puggina
 
 
 
Lula tinha três projetos importantes para 2012. O primeiro era alcançar um crescimento robusto da Economia. Quando o ano começou, Dilma, no melhor estilo lulista, desfilava arrogância dando conselhos a chefes de Estado sobre como superar a crise. Mas eis que quando se aproxima o outubro amargo, depois de uma dúzia de pacotes para soprar as brasas da economia através do endividamento do povo, o PIB dá sinais de esgotamento e impotência. Parece não haver pílula azul que faça a economia adotar uma postura ascendente.
 
 
O segundo projeto lulista era eleger Haddad. Entendamos nosso ex-presidente. Ele estava nem aí para uma vitória do PT em São Paulo. Ele queria eleger o Haddad. Aliás, não era bem isso. Corrijo-me. Lula estava nem aí para o Haddad. Ele queria ser o cara que conseguiu fazer prefeito de São Paulo um desconhecido incompetente como o Haddad. Acontece que Marta Suplicy não apenas era candidata. Ela ponteava as primeiras pesquisas de opinião! Em setembro de 2011, Marta tinha 29% das intenções de voto contra 18% de José Serra. Num segundo cenário, trocando Marta por Haddad, este aparecia com 2% das intenções de voto. Voilá! Lula tinha em Haddad uma versão masculina para reproduzir o prodígio que fizera com Dilma. Certo de sua onipotência, exercendo aquela autoridade absoluta, mista de cacique e pajé (que só não funcionou na época do Mensalão), exigiu que a senadora renunciasse à candidatura em favor do seu pupilo. À medida que se aproximava o amargo outubro, Lula entrou em desespero: foi beijar a mão de Maluf nos jardins da casa dele e mandou a doublé de presidente desbancar do ministério a irmã do Chico Buarque. Ato contínuo, ofereceu a poltrona da Cultura para Marta que aceitou, subiu no palanque e tirou retrato com Haddad. No momento em que escrevo este artigo parece não haver mais tempo para que o quadro político proporcione alguma alegria a Lula.
 
 
O terceiro projeto lulista para 2012 era acabar com o processo do Mensalão. Tal missão foi enfaticamente assumida ao deixar a presidência. “Xacomigo!”, terá dito Lula. Com efeito, mesmo no mais diluído senso moral, os fatos do Mensalão enodoavam sua biografia. Ora, Lula se vê como Deon, o semideus da mitologia grega que tinha o poder de submeter os demais aos seus comandos de voz. Portanto, era só falar com um, falar com outro, dar algumas entrevistas e a maior parte dos ministros do STF, obedientes aos desígnios de quem os indicou, não se recusariam a lhe entregar a própria honra. Mas eis que quando o outubro amargo se aproxima, se evanesce a ilusão. Não há compadres em número suficiente no plenário do Supremo. Lula cruza as mãos sobre as próprias vergonhas e pede que o ano termine logo  (enquanto isso, pedimos que o PT acabe de se esfacelar o mais rápido possível).
 
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* Percival Puggina (67) é arquiteto, empresário, escritor, titular do site www.puggina.org, articulista de Zero Hora e de dezenas de jornais e sites no país, autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia e Pombas e Gaviões.
 
 
 
 
 
 

3 comentários:

  1. Excelente o texto de Percival Puggina.

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  2. ESSE ARTIGO MERECE SER TRANSCRITO NO GRUPO TENHO NOJO DE LULA.

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  3. Psicopatas não apresentam emoções ou compaixão, nem culpa pelo que fazem. Nunca. E, por não serem afetados por ansiedades e serem pura razão, conseguem usar sua inteligência de uma forma bem mais eficiente do que o resto das pessoas (as nossas emoções muitas vezes nos levam a fazer coisas nada espertas, afinal).

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