Trechos retirados do artigo As armas e os varões, de Luiz Maklouf Carvalho.
Artigo, na íntegra, no site
do jornal O Estado de São Paulo
O comunista Pétar Russév, pai de Dilma Rousseff
Pétar
Russév era advogado e fora filiado ao Partido
Comunista da Bulgária. Veio para o Brasil no final dos anos
30. Desembarcou
em Salvador, mas, como
achou o calor intolerável, foi para Buenos Aires. Um dia voltou para o Brasil e se estabeleceu em São Paulo. Chegou com algum dinheiro que se multiplicou, porque era bom de negócios.
Pétar
Russév mudou o nome para Pedro Rousseff. Se casou, no Brasil, com uma mulher cujos pais criavam gado.
Os
Rousseff
moravam numa casa espaçosa, cuidada por três empregadas. As refeições eram
servidas à francesa, com guarnições e talheres específicos. Pedro Rousseff era visto com um estrangeiro bon vivant.
Pedro Rousseff ofereceu uma formação de classe média européia aos seus filhos. Como dizia Igor, "as crianças
tinham piano em casa e uma professora particular, madame Vincent, os visitava
semanalmente para ensinar francês".
Se tornaram sócios
dos clubes mais tradicionais em Minas Gerais e Igor e Dilma entraram nas melhores
escolas. Nas férias, iam de avião para a praia de Guarapari, no
Espírito Santo, onde ficavam três semanas no Radium, o hotel-cassino.
Pedro
Rousseff passava horas jogando.
Uma vez, Pedro Rousseff trouxe Igor ao
Rio de Janeiro de carro. Ficaram hospedados no Hotel Novo Mundo, no Flamengo, muito suntuoso na época. O Hotel tinha um lustre imenso no saguão, mas o búlgaro comentou que já vira lustres
muitíssimo mais valiosos em hotéis europeus. Levou também o menino para conhecer um dos
bancos com o qual fazia negócios. Não exatamente o banco, mas o cofre, com as
pesadas portas de metal que Igor nunca esqueceu.
Em 1962, ao voltar um dia do Clube Campestre, onde tinha ido jogar, Pedro Rousseff passou mal e morreu, embora o médico tenha ido à casa deles. Pedro Rousseff deixou “uns quinze bons imóveis' de herança, disse seu filho Igor.
mt bom !
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